Sejamos gente! - Jornal Fato
Colunistas

Sejamos gente!


 

As cidades enchidas de luzes

Vozes corridas nas ruas e avenidas

Desejo de vendas

Vontades de consumo

Todos desejam casa enfeitada

E felicidade trazida pela estrela.

Querem ter sensação de dever cumprido,

mesa de beleza impecável e fartura presente.

Lá fora, pessoas doentes.

Gente que se abraça sozinha

e não tem a quem dizer.

Homens que desejam luz própria

Natais diários

Casas acrescidas de olhos e alegrias.

Gente que tem fome de gozo

De vida florida

Mas, tem tanta gente que enche a casa de coisas,

mas não planta tempo

nem tão pouco amor.

Gente que deseja casa sem pó

Brilho na árvore

Intenção de esperança

Visita esperada

e não fomenta olhar no outro.

Não aproxima afeto de sorriso

Nem une mãos a abraços

Existe gente esculpida com arestas

de prepotência e nariz robusto

Gente que prefere casa lotada e coração ausente.

Gente tão desejosa de fé,

mas não alimenta almas.

Gente que se envolve de cascas e

nem revela essência.

É dia de festa!

Chegou o natal

e o desejo frenético consumista.

As gentes se esbarram, se trombam,

mas não há hora! Não se desenha um sorriso.

Deus se humaniza

Gente se diviniza

Deus ama sempre

Gente segrega

Deus quer espírito

Gente se individualiza

Deus coletivo

Deus abundante, flores de amor e raiz de coragem.

Gente apequenada e de folhas secas. Ventos que levam.

É festa! É natal! Tempo de promoção.

Tempo de promover o outro.

Tempo convertido no hoje e no sempre.

Tempos de vendas.

Tempo de doação.

Tempos de enfeites.

Tempo de Deus para enfeitar os corações.

Sejamos o amor no outro!

Sejamos o natal de todas as gentes.

 

Simone Lacerda é professora.

cheirosensaiosepoesia.blogspot.com.br


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