Real
Mas isso não significa que as relações estejam todas fadadas ao fracasso e nem que o parceiro ou a parceira com o qual sonhamos não exista. Existe sim. Se não príncipe ou princesa, alguém de carne e osso que vai fazer seu coração disparar, seu fôlego faltar e suas pernas tremerem. Sim. O amor da sua vida existe e está logo ali, quase ao alcance das suas mãos. Fique na ponta dos pés, estique bem os braços e force o máximo que puder seu corpo para frente. Pronto. Agora abrace porque ele é seu.
O que você precisa entender é que às vezes ele vai perder a hora, vai sentir ciúme, não vai reparar quando você cortar o cabelo e vai esquecer, eventualmente, alguma data importante. O amor da sua vida poderá estar cansado quando você quiser festa. Ele também ficará triste, nervoso e sentir dor de dente. Vai deixar louça suja, entornar cerveja no tapete e quebrar alguns copos. Ele vai reclamar do seu jeito de dirigir ou de espalhar papéis pela casa. E das toalhas molhadas em cima da cama.
Reais que são eles, reais que somos nós, nada disso será muito grave. Porque o amor da vida faz um cafuné que parece mais técnica de massoterapia. Tem um abraço apertado e beija com os olhos ora fechados e ora abertos. Ele sabe fazer um prato que você gosta muito, mesmo que seja pipoca, e depois de te fazer dormir em uma conchinha perfeita te solta devagarinho para você não acordar.
O amor da vida da gente não é o personagem de uma história que anuncia o final quando era para estar só no começo. Ainda bem.