Preguiça - Jornal Fato
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Preguiça


Pode lhes parecer estranho, mas sou um sujeito um tanto ou quanto preguiçoso. É sério, não estou fazendo gênero ou esperando comentários do tipo ah, deixa disso, você não é preguiçoso, não. Ou então, Marcelo, você é o cara menos preguiçoso que eu conheço. Nada disso, eu me conheço bem e sei o quanto de preguiça cabe dentro de mim, creiam-me.

 

Exemplos? Para acordar de manhã, por exemplo, tenho que brigar primeiro com minhas mãos, para que alcancem o despertador - ultimamente rendi-me ao aplicativo do telefone celular - para desliga-lo; é que elas insistem em permanecer embaixo das cobertas por causa do frio. Depois, meus olhos se recusam a abrir para encarar o sol, sei lá se por medo da luz ou qual o motivo. Sei que depois de um certo tempo eu consigo vencê-los, ou convencê-los, a me obedecer e a funcionar devidamente. E assim meu corpo vai aos poucos, ao longo do dia, despertando e pegando embalo.

 

Nos dias em que saio para fazer trilha é mais complicado um pouco; tenho que acordar às cinco da manhã, e ainda está escuro e frio. A vontade de virar para o lado na cama e cochilar mais cinco minutos - até parece que seriam só cinco minutos - é imensa, mas quando eu me lembro do que me aguarda, ou o que vou perder se dormir mais um pouco, é o suficiente para me levantar. Aos trancos e barrancos, mas me levanto.

 

Já o meu cérebro demora um pouco mais e começa a funcionar de modo efetivo somente após uma boa xícara de café forte, devidamente acompanhada por algo sólido - pão com manteiga, uma fatia de bolo, presunto, queijo - e uma fruta. Aí, sim, já começo a sentir que minha massa cinzenta saiu da inércia e começa a produzir umas poucas sinapses.

 

Contudo ao longo do dia tento me abster de algumas tarefas ou atividades que não me empolgam muito. E não estou me referindo ao que faço em meu trabalho, de maneira alguma, mesmo porque não gosto de e não costumo adiar o que tenho que fazer, profissionalmente falando. Mas são aquelas pequenas coisas do cotidiano que deixo para trás, de vez em quando, e que não deveria.

 

Arrumar uma gaveta, guardar sapatos e tênis; trocar uma lâmpada queimada ou consertar uma torneira que insiste em pingar, mesmo que fechada. Participar de conversas no zap zap ou responder a mensagens no Facebook, por exemplo, não me animam muito. Mas é nesses momentos em que reconheço que, além de ser preguiçoso, sou também de certa forma, desleixado. Sim, desleixado porque não procuro responder às mensagens de meus amigos.

 

Isto posto, quero registrar aqui, de público, meu pedido de desculpas e ao mesmo tempo agradecer a todos os meus amigos que se manifestam por meio das redes sociais sobre minhas crônicas. Muitas vezes demoro a ler os comentários, e aí já passou o momento de agradecer pelas mensagens de estímulo, pelas críticas que me ajudam a melhorar a cada dia. Então, enquanto ainda é tempo, obrigado, de coração, a todos vocês.


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