Pânico - Jornal Fato
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Pânico


Estamos vivenciando uma situação de pânico coletivo e aterrador. Já no final de semana pressentíamos que algo iria acontecer, que a greve branca dos PMs não  teria boas consequências. No domingo à noite, em Marataízes, comeceia receber vídeos e áudios sobre o caos em nossa cidade.  O terror durou toda noite, e eu preocupada com filhos e netos à mercê da violência.

 

Já na segunda cedo tomo conhecimento que o terror se instalou em todo o Estado, em maiores proporções nas cidades maiores. Já no trabalho soube dos arrastões, dos roubos e depredações. Meu coração de mãe, avó e cidadã não dá conta de tanto horror,próximo de todos nós. É uma coisa ouvir ou ver situação de guerra na Síria, ou no Iraque, outra coisa é quando seabriga em nossa porta. E se não bastasse, também se inseriu poderosamente nas redes sociais - através delas tomamos conhecimento de tudo o que acontece e também o que é armado para aumentar o pavor e desespero da população. Gente gravando áudio com voz de bandido recebo aos montes, vídeos de pessoas sendo assassinada idem, assaltos, desespero, gritaria - se espremesse sairia sangue do meu celular. 

 

E a tentativa de fazer o povo acreditar que meia dúzia de mulheres forçam o batalhão a ficar aquartelado é piada. Em algum momento os comerciantes, os principais prejudicados, vão se revoltar e dar um basta em tanta infâmia. Dói-nos assistir seus estabelecimentos depredados e seus produtos sendo carregados. Dói-nos ver o quanto o nosso povo é miserável e suscetível a tamanha barbaridade. Dói-nos concluir que estamos nas mãos de um governo incompetente e sem capacidade de articular e sem jogo de cintura para solucionar a tragédia, o mais rápido possível. Dói-nos saber que os desempregados e com fome assistem diariamente roubos de milhões, dinheiro  para ser utilizado em benefício do povo. É um descaramento generalizado das cúpulas - que respingam na população, num odor fétido  e repugnante.  Dói-nos comprovar que o Ministério Público, guardião das práticas corretas, não está conseguindo  conter o levante  que assola as multidões.  De que lado estão os que nos protegem? A segurança pública não é um direito inalienável, segundo a Constituição?

 

Imagino que a sensação de pavor que devasta o nosso Estado, pode ser comparada aquela que se viveu durante a Revolução Francesa.  Pressinto que quando tudo passar, não haverá, hipoteticamente, guilhotina para decepar as cabeças que cairão. Pelo menos,ainda podemos ter esperança que nova ordem se estabeleça.


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