Os dias passam devagar - Jornal Fato
Colunistas

Os dias passam devagar


Ônibus chegam e saem e o barulho não cessa a minha vontade de sair da rodoviária. Estou a observar as pessoas, elas são tão diversas que se vestem diferente, falam diferente, olham diferente. Na verdade, elas são diferentes na sua totalidade.

 

Sentada no banco esperando minha viação chegar, observo como dois senhores conversam e se divertem tão naturalmente, como se o mundo inteiro não tivesse nenhum problema. Na realidade, não há problema algum, o que há são somente atribulações.

 

Mas para uma criança que chega com seu pai distribuindo sorrisos e louca para pegar uma bolinha na catraca é tão animador quando observar a crescente intensidade do dia.

 

Pois é, as coisas simples e básicas podem até ter se tornado banais para algumas pessoas, porém nunca, jamais, serão coisas fúteis, para quem é amante do dia, da vida, da observação.

 

Em meio a essa reflexão, meu ônibus chegou trazendo consigo a minha alegria de ir embora para o meu lar. Os senhores continuaram a conversar empolgadamente, a criança esbanjava seus sorrisos sem medo. Eu virei as costas e fiquei com aquela imagem em minha cabeça, um sentimento de que por mais que eu almejasse minha casa, aquela que tinha um ambiente diferente, no entanto era muito aconchegante, me acolheu bem demais.

 

"Tão natural quanto a luz do dia" é poder saber que para alguém modificar a sua vida não precisa necessariamente estar em contato com você.

 

 


Comentários