O que tomou? - Jornal Fato
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O que tomou?


Faço Academia desde sempre, para mim o exercício físico é um vício, do qual não pretendo me libertar nunca. Me vejo colhendo os resultados a cada dia. Muitas dos meus amigos, da minha idade, que já aposentaram as chuteiras ou nunca as calçaram, hoje carregam consigo todos os males que acometem uma velhice sedentária. Alguns já nem mais saem de casa.

 

Sou consciente do bem que o exercício físico faz pelo meu corpo, pela minha saúde geral, pela minha qualidade de vida. No meu horário de ginástica, antes das seis, a academia fica repleta de gente bem mais jovem, a maioria empresários que curtem um corpo sarado e a disposição para o trabalho, normal em quem executa exercícios físicos diariamente. Pratico aeróbica e musculação e não me importo com a performance dos companheiros. Faço dentro dos meus limites e só peço aos instrutores: Não me tratem como "café com leite"! Detesto sentir-me marginalizada, seja lá onde for. E sou contrária a qualquer tipo de "panelinha", comuns nas academias, nos ambientes sociais, enfim na vida. E se observo alguma conduta que não me apraz, em geral caio fora. E é raro retornar, de ambientes, de situações e até de relacionamentos.

 

Retornando à academia, num dia especial decidi que precisava subir a carga dos aparelhos. Há algum tempo usando a mesma, cheguei a conclusão que estava sendo preconceituosa comigo, não me acreditando capaz de aumenta-la. Nós nos habituamos a mesmice e passamos anos e anos sem ousar e imaginando que a idade é o fator que nos impõe essas condições, tudo da cabeça e não da realidade. E comuniquei ao instrutor: - Daqui para frente quero aumentar os pesos. E amanhã não vou só caminhar, quero também correr na esteira. Num certo momento ele ficou me observando, eu estava tranquilamente me exercitando e me perguntou: A senhora tomou alguma coisa? Imagino que devia estar pensando em algum energético, anabolizante, suplemento, anfetamina, sei lá. E eu respondi: Tomei sim, vergonha na cara!

 


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