Meu grande amor - Jornal Fato
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Meu grande amor


Na verdade esta cena está vindo à minha mente desde abril quando conversando com as minhas colegas de trabalho, Marinete e Isabela, decidi que este seria o tema da próxima crônica. Contudo, os afazeres do dia a dia me impediram de narrar esta linda passagem, guardando o assunto para agora.

 

Então vamos lá. Passava de uma hora da manhã quando depois de uma dia exaustivo, compras no supermercado, feira, últimos retoques da decoração do quarto, contatos com a lavanderia, costureira entre outros, ao me virar na cama, já sem posição para dormir, sinto algo diferente, inédito acontecendo. Celso dormia cansado da lida quando eu o cutuquei e disse:  Celso, eu acho que a bolsa estourou.

 

Sobressaltado, sentou, acendeu a luz e me disse: Fique calma! E eu respondi que estava. Imediatamente ele foi até o quarto de Augusto e Renata. Logo vi Renata diante de mim fazendo um sinal com o dedo polegar acenando:  vai dar tudo certo. Os três numa força tarefa arrumaram a mala, me trocaram de roupa, pois não tinha nada planejado. E assim começava o nascimento da minha amada filha Maria Augusta. Era 20 de abril de 2001.

 

Fomos para o hospital e logo a equipe médica me assistia com todo carinho que uma mãe prestes a dar à luz precisa. Atendimento humanizado. Mas, as cólicas foram aumentando, a ansiedade e uma enorme vontade de ver aquele que seria o rosto mais amado de toda a minha vida. Maria estava adiantada em nove dias. Era uma paradoxo de antecipação com um desejo de que estava bom ali no quentinho do meu ventre.

 

Mas pouco antes da seis da manhã, Dr. Luiz Renato me apresentava em meio o choro incontido de Celso o rosto mais lindo do mundo. Um amor que não cabe dentro do peito pro resto da vida! Depois dormimos o dia todo.  No final da tarde, a enfermeira nos chamou para eu dar de mamar.  Assim fizemos com uma intimidade incrível. Ela parecia ter mais horas de nascida e eu como se já tivesse amamentado. Também soube que enquanto dormia, que ao levarem Maria para o berçário, os avós choraram e se abraçaram numa felicidade sem fim.

 

À noite, quando Celso voltou ao hospital, ele a segurava nos braços, ela estava belíssima vestida num lindo body rosa. Eu estava em êxtase em vê-la nos braços do pai dela. Hoje aos 16 anos, ao lado dos irmãos, Maria Augusta caminha para uma vida adulta que com toda certeza, sob a benção de Deus e de Nossa Senhora, será tão linda quanto a história da sua geração até aqui.


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