Mercado Municipal e o Artesanato - Jornal Fato
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Mercado Municipal e o Artesanato


 

Os tempos mudam e devem mudar mesmo. Há 20 anos ou um pouco mais, o Prefeito José Tasso Andrade reformou o Mercado São João, também denominado Mercado Municipal, o mais antigo dos mercados locais, inaugurado em 19ss.

 

Com os tempos, supermercados, hortifrutis e mercadinhos foram sendo criados na cidade e os mercados mantidos pelo Munícipio foram perdendo a operacionalidade, ainda que não totalmente.

 

Há dois meses, encontrei o Deputado Rodrigo Coelho e ele disse que destinara R$ 300.000,00 do Orçamento Estadual de 2017 para a reforma do Mercado Municipal, em cujo segundo andar funciona comunidade de artesãos comandada pela Sirlei Alves: "Mãos que se Unem".

 

Nesta semana que finda, juntamente com o deputado, fomos ao Mercado Municipal, mais propriamente no segundo andar do Mercado, quando nos encontramos com Sirlei e suas colegas artesãs.

 

Ouvimos o que deveríamos ouvir - a manutenção do segundo andar do Mercado exclusivamente para aulas e exposição do artesanato local, riquíssimo, como se sabe. Consolidado esse polo cultural e artesanal, onde era, antes, somente mercado, necessário preservar o espaço público com o... artesanato.

 

Por isso, não só como homem público, mas como homem da cultura e que protege o artesanato local e regional, estaremos ao lado da Secretaria de Cultura do Cachoeiro, a qual, em nossa opinião, deveria também abarcar o artesanato e o turismo.

 

Cachoeiro precisa e deve dar atenção especial ao artesanato, com profundidade e sem a ligeireza com que ele tem sido tratado até agora.

 

(E preparem-se - entre o Dia da Mulher (08 de março) e o Dia do Artesanato (19 de março), a comunidade "Mãos que se Unem" está preparando exposições, vendas e cursos sobre artesanato. Qualidade eles tem de sobra, embora as administrações municipais tendam a ignorar isso. Boa hora de ir lá).

 

Os Ladrilhos da Ponte

 

Estive na Estação Ferroviária, para ver a inauguração da Exposição de Ladrilhos Grafanassi, cuja indústria, cachoeirense e artesanal, comemora 90 anos de atividades ininterruptas. Com ótima organização, estiveram lá pouco mais de 50 pessoas, o que é bom começo para a nova Cultura local, ainda que se esperasse um pouco mais de público cachoeirense. (O medo de sair à noite, nesses tempos de desatinos da segurança pública, pode ter contribuído para não tão expressiva presença na homenagem ao patrimônio cultural e histórico quase centenário da cidade).

 

Essa exposição foi ganhadora da Lei Rubem Braga, na administração anterior, curiosamente a mesma administração que destruiu recentemente a Ponte Municipal, cujos pilares são mais que centenários - 130 anos em 11 de junho próximo, para ser exato. È que a ponte tinha, anteriormente, no piso - toda a extensão do piso - os legítimos ladrilhos GRAFANASSI nonagenários.

 

É, permitam-me dizer, a união da capacidade com a incapacidade - a mesma administração que premia o ladrilho, destrói... o mesmo ladrilho. Para premiar, deve ter gasto menos de vinte mil reais; para destruir, e deixar lá o desserviço, gastou mais de duzentos mil reais e dizem que ainda pediram mais. Como sempre diz Marília Mignone: - Vai entender!!!

 

A Polêmica da Mudança de Endereços

 

Todos sabem, todos reclamam, houve uma incrível modificação nos endereços de TODAS as casas, TODAS as ruas e até de bairros de nossa cidade, trazendo bagunça generalizada ("nunca antes neste município") que já penaliza e que haverá de penalizar mais ainda, e absurdamente, a TODOS (em letras GARRAFAIS) os cachoeirenses.

 

Medida "legal" e sem propósito, à qual ninguém sabe para que ou para quem serviu, embora haja unanimidade de que não serviu para nada para o cidadão.

 

Como ainda não tomamos pé de toda a incrível situação, estamos juntando e coletando dados sobre a matéria; pois é preciso um estudo sério desse problema sério - problema criado, no mínimo, pela falta de visão mínima da péssima administração pública municipal anterior. É preciso estudos urgentes para verificar a profundidade do rombo nas contas do público em geral, e do cidadão mais uma vez sacrificado pela incompetência e sobre qual o caminho a tomar - ou cancela o decreto ou o quê!

 

Ciro Gomes em Cachoeiro

 

Nosso Espírito Santo de Fato divulgou dia desses: - "O ex-ministro e ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), confirmou agenda em Cachoeiro de Itapemirim. Ele estará no município no dia 26 de abril... Ciro é tido pela cúpula nacional do seu partido como pré-candidato a presidente do Brasil nas eleições de 2018. Os pedetistas locais já comemoram que a pré-campanha presidenciável de Gomes terá o pontapé inicial em terras cachoeirenses. Ciro Gomes tem no currículo os mandatos de deputado estadual, prefeito de Fortaleza, governador do Ceará, além de passagens pela União e Câmara dos Deputados... já disputou a presidência da República por duas vezes".

 

À noticia, acresceria: Ciro Gomes nasceu em Sobral - Ceará, cidade campeã no quesito educação pública no Brasil, por repetidas vezes, traspassando muitas administrações públicas municipais. Além do mais, um dos prefeitos da cidade, Cid Gomes, também muito premiado, é irmão de Ciro Gomes.

 

Em indicação que fiz ao Prefeito Municipal Victor Coelho, solicitei-lhe que contatasse o visitante Ciro Gomes para que, aproveitando sua viagem a Cachoeiro, traga com ele um desses administradores consagrados para dar uma aula a todos os prefeitos da região Sul do Espírito Santo. E. se for o caso, pague a passagem do administrador. Vai ser muito mais aproveitável e muito mais barato do que pagar uma "nota preta" para um qualquer que se arvore um grande entendedor da coisa - grande entendedor é o que faz, e Cid e Ciro fizeram. A economia vai ser grande e o aproveitamento maior ainda. Vamos ver o que acontece. (Sobral tem quase 200 mil habitantes, praticamente do mesmo tamanho de Cachoeiro só que está há anos-luz quando o quesito é escola pública - uma boa hora do prefeito de Cachoeiro mostrar a que veio, consagrado por uma montanha de votos, que não podem ser desprezados).

 

Coisas Já Tão Bisadas

 

"... Nada mais igual ao governo, do que a oposição no governo: ditado que aprendi criança. Na oposição, vê-se tudo, fazem-se planos simples e viáveis. Mas, quando montada no poder, a oposição se transforma no próprio poder, tal qual o poder anterior: manda às calendas gregas sonhos sonhados na pobreza, no tempo em que as portas palacianas não se lhe eram abertas, tempo em que puxa-saco não tinha direito a cargo comissionado. Na oposição, coisas extraordinárias são sonhadas. Mas quando chega o poder, ainda que seja uma titica...

 

Em entrevista à revista Cachoeiro Cult, abril/2009, início do governo Casteglione, o prefeito identificou perfeitamente: o pobre, o remediado, chega dezembro, sem dinheiro no bolso, não sabe para onde ir, não pode ir. Fica em Cachoeiro, que se fecha inteiro no verão, em termos de cultura. Fervem as praias. A nova elite, que criticava a velha, vai... à praia, pois ninguém é de ferro, ao menos o que não é mais pobre... A voz do ex-prefeito está na revista: "Nosso povo merece conhecer e desfrutar de toda a beleza, alegria e conhecimento que a arte pode nos oferecer. O teatro, na nossa administração, estará aberto o tempo inteiro. A secretária Cristiane tem uma proposta arrojada de mantê-lo funcionando até no mês de janeiro, coisa que dificilmente aconteceu em Cachoeiro, mas que acreditamos ser possível". Mas não foi possível. Em 2014 será aberto em abril... ou maio".

 

(Trecho de crônica minha, publicado pela em fevereiro de 2014. Continuou a mesma coisa até o último ano de governo de Casteglione. Faço "mea culpa" - nos dois anos (2001/2002) em que fui Secretário de Cultura, também não consegui - Um dia conseguiremos, acho).

 

NOTA FINAL - Semana movimentada. Ainda faltou falar (a) sobre as esposas dos associados da SELITA, reunidas em NÚCLEO FEMININO muito legal, (b) sobre a Exposição dos 100 anos de Luz del Fuego e (c) desenvolver mais sobre os dez dias de comemorações das artesãs do MÃOS QUE SE UNEM" - Eu volto, claro).

 


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