Luz, câmera, aberração - Jornal Fato
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Luz, câmera, aberração


Está aberta a temporada de estratégias de marketing a todo tempo e a qualquer preço. Equivocadas, exageradas, mentirosas. Propaganda enganosa mesmo.

 

Bruxos e marqueteiros, ao que tudo indica, ganham fortunas para induzirem ao erro, por muitas aberrações que se percebe por aí.

 

Ou os assessorados estão ignorando os bruxos e ouvindo as bestas. Dando crédito ao conselho dos amigos e staff mais próximo, que entendem tudo de bajulação e têm competência zero para enxergar além da própria vaidade e arrogância.

 

Gente que sempre mandou, independente dos meios que tenham sido usados para que fossem obedecidos. Argumentação e convencimento para quê, se existem outros meios mais eficientes e intimidadores.

 

Mas quando querem argumentar e convencer, parece que usam o roteiro errado. Palavras erradas num cenário inadequado. Para um público que não é a sua persona, que não se deixa ou não quer se enganar.  Esquecem de combinar com os outros personagens.

 

Tudo fora de lugar. Pelo menos no caso específico de popularizar e humanizar a imagem do presidente em exercício. Se queriam desconstruir a imagem elitizada, parece que erraram feio.

 

Creio até que possa ser um bom pai, preocupado com a adaptação do filho em uma nova escola e nova cidade. Louvável que haja esse cuidado. Mas qualquer mérito foi jogado por terra quando chegaram os holofotes da imprensa.

 

Causou desconforto aos demais pais. Chamar a atenção da imprensa e expor filhos da classe A+ de Brasília é expô-las aos riscos da violência dos dias atuais, entre elas o sequestro. Se houve boa intenção, o tiro pode ter saído pela culatra. 

 

Parece que as cabeças pensantes não pensaram nisso.

 

Faltou o fator surpresa para que o objetivo realmente fosse alcançado. Entrar ou sair com o filho, da forma mais discreta possível. E não creio que a discrição fosse possível, mas seria uma visibilidade natural, espontânea, simpática e aceitável.

 

Com a convocação da imprensa, atraiu para o filho o olhar atravessado, causou mal-estar, desconforto, e provavelmente vai manter perto dele os pequenos cujos pais enxergarem a possibilidade de obter alguma vantagem com essa amizade. Fazendo conjecturas e correndo o risco de ser injusta, claro.

 

E aí vemos a falta que um coach, personal, assessor de comunicação, consultor de imagem, bruxo, marqueteiro ou publicitário faz. Quem quer fazer diferença nesse mercado altamente competitivo, seja ele acadêmico, político ou empresarial, deveria seguir as orientações de um desses profissionais. Certamente faria toda a diferença.

 

É repetitivo, deveria ser óbvio, mas não custa lembrar. Assessoria de comunicação interna, externa, política ou empresarial deve ser feita por especilistas, mas é campo fértil para amadores. 

 

Pode-se errar, porque tudo é muito dinâmico, mas as medidas para gerir a crise são rápidas e eficientes. Mas como não tem produto ruim que subsista por muito tempo às estratégias, por melhores que elas sejam, resta torcer para que as máscaras caiam. É o que nos resta. 

 


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