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Fatos & Versões


Os grupos de Whattsapp se multiplicam como praga. E você é adicionado em 99,9% dos casos sem a sua permissão. Algumas empresas também aderiram à prática, e incomodam seus clientes com essa estratégia cujo tiro pode sair pela culatra.

 

A não ser que o custo/benefício do produto seja extraordinário. A não ser que e você seja um cliente regular e isso facilite e agilize a negociação. De qualquer forma, entendo que as pessoas não podem ser adicionadas assim, à bangu (como diria minha amiga carioca), em qualquer grupo. É preciso pertencer a uma tribo e querer dialogar com ela.

 

Em todo esse tempo de comunicação via WZ, fui convidada a entrar num grupo uma única vez, o que me causou grande surpresa pelo zelo do administrador do grupo. Mas isso não é regra. Certamente é a exceção.

 

Tenho uns grupos nos quais tenho grande interesse porque são da minha tribo. Dos outros saio, ou em outros casos, por burrice ou delicadeza, silencio para não ser incomodado o tempo todo por mensagens que insistem em pipocar da totalidade dos membros do grupo.

 

Claro que nos grupos de jornalistas, a minha tribo, é importante marcar presença. Você interage com os amigos, e fica por dentro das notícias quase em tempo real. Mais que isso, as notícias são geralmente confiáveis.

 

Saiu no grupo da imprensa, sei que tem fundamento, já foi inicialmente apurada, e em seguida os detalhes serão apresentados. Quando não se tem certeza, a informação é postada sempre com uma interrogação. Alguém sabe se isso procede?

 

Jornalistas que são, caem em campo, e logo em seguida alguém confirma ou nega a tal notícia. O que não acontece em muitos outros grupos, que insistem em repercutir boatos, alguns inclusive que já foram expostos como fakes, às vezes até no mesmo grupo que o apresentou.

 

Mas aí surge outro grande problema. É tanta gente interagindo que fica muito difícil acompanhar todas as postagens. Missão impossível. Ou quase impossível. Por isso tanta desinformação.

 

De facilitadores da comunicação em tempo real a mensageiros do apocalipse. Todo tipo de miséria, e maledicência, como diria minha bisa, são espalhados sem dó nem piedade por esses grupos, e são repassados a outros, e a outros, e notícia voa, ou melhor, viraliza, que estamos em tempos de novas mídias.

 

Os sem noção, claro, também marcam presença. Então somos expostos a fotos mórbidas, desrespeitando também a família dos mortos, que às vezes estão no grupo, pornográficas ou de duplo e duvidoso sentido, áudios em excesso, interesses privados tratados em grupos coletivos, e se formos baixar tudo, adeus franquia de dados.

 

São muitas práticas que quebram todas as regras de etiqueta. Sim, porque também há regras para as redes sociais. Mandar mensagens às gotas, quando se pode encaminhá-la de uma só vez, mensagens fofinhas a qualquer hora e postagem de fotos que deveriam estar no Instagram, por exemplo, também desvirtuam o propósito do Whattsapp.

 

Fatos têm prioridade máxima. Sempre e em qualquer tempo. Versão do fato e fofocas não me interessam. Então não se incomodem se a minha interação em alguns grupos em que ainda permaneço for próximo de zero. E um alerta se faz necessário. Whattsapp, use com moderação.


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