Dos frutos do corpo - Jornal Fato
Colunistas

Dos frutos do corpo


De tempos em tempos

Frutos e folhas recolhem-se à morte.

Nascem novas folhas, fincam-se raízes.

Mas a vida tem as asperezas.

Desfrutamos de janelas e paisagens,

De muros e portas.

Novas flores anunciam primaveras

Que emoldurarão espaços de caminho e de espera.

Os frutos podres caídos no chão enfeiam quintais e atraem

aves e animais famintos.

Dos restos, compõem-se novas ordens.

O Sol, todos os dias, repete a sina,

De nascer e morrer.

Somos pólens, frutos apodrecidos, germinação,

Flores de estação, plantas esquecidas em varanda e

Sol nascido bem cedo.

O mundo é anunciação e sentença.

É pedaços de natureza se recompondo

Em raízes e frutos morridos.

Limpar os quintais e aguar as flores

Obrigam a continuação da humanidade.


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