Do amor - Jornal Fato
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Do amor


Deu saudades do amor.

Embora minhas mãos trêmulas,

meu braço dolorido,

minha manhã cinza.

Quis cantar canção...

Trazer dourado para meu quarto.

Mas, sinto-me próxima do outro caminho.

Sinto desconforto,

mas bateu esperança.

Tenho insistência,

mesmo que meu desenho trace só rabiscos.

Sinto falta,

não quero ausências,

mesmo que suas canções

se aproximem de meus ouvidos.

Sonho tardes alaranjadas e desejos bem verdes.

Tenho vontade de alimento doce, que dissipe minha fome.

Quero chuva que traga flores

E sol que me acorde cedo,

invada meu espaço e me traga para janela.

Amor.

Quis sempre perto.

Invento ser feliz todo dia,

com café, geleia e beijo.

Sonho desavisada.

Sem anunciar desejos e sensações.

Acordo, por vezes, cansada.

E durmo com gritos do mundo.

Me sinto universo demais

para ocupar um único corpo.

Quero ser protegida,

mesmo gostando de voar.

Arquiteto coisas extrapolantes,

mas gosto mesmo de palavras

que estão ao meu lado.

Sou cotidiana, sem perder o inesperado.

Amor, para mim, é rotina com beijos roubados.

É certeza com todas as dúvidas.

Sinto muita saudade

Emoções que, por vezes, desconheço e não percebo,

mas quero!

Solidão é bom para escrever...não para caminhar.

E aproveito da escrita para me realinhar.

Registrar com paixão como o amor me humaniza.

Ele me traz pra perto de Deus, de sua beleza.

Não quero dar com a cara no muro.

Nem tão pouco trancar minha casa

e esperar as contas chegarem.

Quero amor, de carne e alma.

Amor que me acalma e me cansa.

Daí, dorme-se para revigorar.

Dorme-se junto,

sela-se o trato.

É... amor é trato ...

Documento assinado de paz, desordem,

Lealdade e gargalhadas.

Do amor, quero sentir saudades,

Receio, medo...

e ter pele também.

Quero amor todo dia,

embora, às vezes, só apareça nos fins de semana

Quiçá nos feriados...

É desse amor que me reinvento.

Me alimento.

Me anuncio.

E permeio meu discurso.

Quero amor feio e bonito.

Amor de festa e de ressaca.

Amor tranquilo, mas que traga barulho.

É dele que sinto saudades....

 

Simone Lacerda é professora.

cheirosensaiosepoesia.blogspot.com.br


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