Corpos, fluidos e poesia - Jornal Fato
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Corpos, fluidos e poesia


Em êxtase,

dissemina o cheiro

pernoitam os corpos

disseca o desejo

invoca o toque

e suas impressões deixadas em comum acordo.

Reveem as mãos e os pés marcados.

O som permanecido.

A poesia dita nos delírios na soma dos votos.

Do que se profere enquanto somos apenas um.

Dos risos frouxos e dos olhares encontrados,

enfurecem os sentidos que se aproximam.

As águas que exalam

a alegria escondida no ambiente.

O ar que não nos cabe e, por vezes, sufoca.

As pernas que se esbarram

as outras partes que se veneram.

O ato da alma carnalizado

O alívio que nos torna gratos

O amor que nos sucumbe.

Em delírio, entregamo-nos a precisa poesia.

As palavras provocadas enquanto estamos.

Jorram de nós as inconstâncias

expurgam nossos medos

e elaboram os devaneios.

Inventamos despropósitos

e enlaçamo-nos.

Reinauguramos hemisférios e instâncias

criamos casos e embaraços.

desnudamos sensatez e certezas.

O visgo que engole o beijo

embriaga  e revisita as partes entrecortadas.

O amor corporificado entre

fluidos que nos escapam.

 


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