Como será amanhã? - Jornal Fato
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Como será amanhã?


O programa "Fantástico" de domingo mostrou uma cena digna de ser transformar num grande clássico do cinema internacional, que certamente poderia ganhar no mínimo três estatuetas do Oscar 2017, se algum diretor cinematográfico estivesse atento a reportagem do encontro "dos três amigos", sob a penumbra daquela noite no palácio do jaburu, residência oficial do presidente da Republica.

 

Reunidos como velhos compadres estavam Michel Temer, Moreira Franco e Gilmar Mendes. O primeiro citado mais de 40 vezes nas delações da empresa Odebrecht, o segundo apontado como beneficiário de corrupção na operação lava jato e o terceiro era o ministro que julgará os acusados no STF, além de ser o responsável pelo julgamento do pedido de cassação da chapa Dilma/Temer no TSE.

 

Porém, tudo que a dupla Michel Temer/Gilmar Mendes faz ou fala a grande mídia sempre acha um aspecto positivo e motivos para elogios como se os dois fossem grandes astros do futebol, do rock ou verdadeiros santos incontestáveis perante os pobres mortais. Pois, certamente o aumento da publicidade estatal para eles será muito significativa.

 

O que teria acontecido de tão importante para reunir em pleno domingo a noite dois réus e o ministro do STF que deverá julgá-los? Segundo a reportagem foi apenas "um encontro entre três amigos de mais trinta anos". Estariam apenas relembrando os tempos de faculdade, das baladas, dos amigos ou inimigos que se foram?

 

Certamente estavam apenas se descontraindo, para esquecer as aflições que tiveram durante uma semana tão estressante e entediante que é exercer o poder no Brasil. No entanto, o mais provável seria estarem discutindo o "acidente" que matou o ministro Teori Zavasck, relator da operação lava jato no STF e o futuro nome que o presidente Michel Temer indicará para substitui-lo.

 

É do conhecimento de todos os brasileiros que a grande prioridade do governo Temer e seus aliados é a indicação do nome para a preencher a vaga deixado pelo ministro Teori Zavasck, que deverá ser um cidadão que comungue com os ideais da troop que comanda os poderes executivo e legislativo, em sua maioria denunciados de corrupção na operação lava jato.

 

Até o momento, dois nomes se apresentam como favoritos. O primeiro seria o "competente" ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, que declarou que o caos no sistema penitenciário estaria sob controle. Mas, não disse que os controladores seriam as facções criminosas que comandam os presídios com a subserviência do poder estatal.

 

E o segundo seria o filho de um outro "amigo" do presidente Temer há mais de quarenta anos, o atual presidente do TST, Yves Gandra Filho, que defende ideias "modernas", como algumas já externadas recentemente de que "a mulher deve obedecer e ser submissa ao marido" e que  "casais homoafetivos não devem ter os mesmos direitos dos heterossexuais".

 

Portanto, janais devemos dizer que "pior do que está não pode ficar". Porque certamente pode.


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