Cliente difícil - Jornal Fato
Colunistas

Cliente difícil


A médica não sabendo mais o que fazer com o cliente alcoólatra, que apresenta graves problemas cardíacos e que não está conseguindo parar de beber, encaminha-o para o psicólogo, para que este consiga ajudá-lo a largar o vício.

 

Ao chegar ao psicólogo, o profissional lê a ficha do paciente com o encaminhamento da colega médica, e faz a clássica pergunta. Qual é o seu problema e o que eu posso fazer para ajudá-lo?  Olha seu doutor, eu trabalho numa roça de café, plantando, colhendo, carregando e no final do dia, no caminho para a minha casa, tem um bar, em que tomo a minha cerveja, às vezes uma cachacinha, joga conversa fora com os amigos, fala mal das mulheres, do governo, do patrão, e depois vai para casa, com a alma lavada. Estou há um mês sem beber nada e a médica sugeriu que eu viesse falar com o senhor.

 

O profissional, coça a cabeça e pensa, o que eu posso sugerir para este cliente?

 

Aconselhá-lo a parar de beber, não vai adiantar, porque após um dia duro de trabalho, sob um sol escaldante e um calor intenso, nada melhor do que tomar uma cerveja para relaxar. Por outro lado se eu falar isto para ele, a cardiologista vai querer me matar e ele não pode beber, porque ele tem vários problemas cardíacos.

 

Melhor seria se ele passasse pelo bar, e fosse direto para casa, tomasse um banho para relaxar, jantasse, assistisse à televisão e fosse dormir.  

 

Mas como o paciente, já é um alcoólatra, o profissional, explica-lhe que as cervejas, possuem de 3º a 4º graus, os vinhos 12º graus, e as cachaças, vodcas, uísque, em média 50º graus.

 

Então o profissional, explica-lhe, que já que ele não consegue parar de beber, eles vão fazer um acordo. Ele poderá tomar só cerveja, mas muito moderadamente, intercalar com um refrigerante, beliscar alguma coisa para proteger o estômago, conversar um pouco com os amigos e ir para casa mais cedo. O paciente concorda muito feliz, pois está doido para tomar a sua cerveja e vai embora da consulta. Já o psicólogo não fica tão tranquilo assim.

 

Só quando ele ao conversar com a cardiologista, que é muito brava esta diz! Sei que você fez o melhor possível, e eu (médica), que estive a beira da morte e sobrevivi, por coisa muito pior, talvez este infeliz também sobreviva.

 

Só após esta conversa com a médica, é que o psicólogo, voltou a ficar com a consciência mais tranquila.

 

Clínica de Orientação Psicológica

Fernando Fiuza - psicólogo

E-mail - [email protected]

Site: www.clinicadeorientacaopsicologica.com

Tel. (28) 3511-1060 (28) 99989-3561 


Comentários