Cheiro de casa de mãe - Jornal Fato
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Cheiro de casa de mãe


Quando você chega na casa da sua mãe, sente cheiro de que? De bolo quentinho? Leite queimado? Molho de tomate? Carne de panela? Goiabada? 

 

A casa da minha mãe não tem cheiro de comida. Não há um prato especial que ela faça com maestria. Às vezes existe no ar o cheiro de refeição caseira que ela faz com aquele empenho que só quem é mãe tem. Mas a cozinha não é seu ponto forte. A casa da minha mãe tem cheiro de casa limpa, de roupa lavada e do café que seu companheiro faz questão de preparar para quem quer que chegue lá. A casa da minha mãe, e isso sim é o que faz de lá um dos melhores lugares do mundo, tem cheiro de ninho de passarinho. E lá ela acolhe seus filhotes mesmo muito tempo depois da casca do ovo ter se quebrado e de já terem, todos eles, aprendido a voar.

 

A casa da minha mãe não tem cheiro do macarrão de domingo. Mas qualquer domingo que se passe por lá tem cervejinha (quase) gelada. A casa da minha mãe não tem cheiro de ervas ou de especiarias, e mesmo que assim fosse isso seria um detalhe. O que predomina lá é cheiro de aconchego. Lá é lugar quente e (quase) silencioso em tempos de frio, chuva e trovoada.

 

A casa da minha mãe não tem cheiro de torresminho, pastel de queijo ou bolinho de arroz. Mas tem o cheiro da alegria que só ela, e ninguém mais no mundo, sabe ter. A casa da minha mãe tem o melhor de todos os cheiros. É o cheiro do abraço que acolhe. E esse cheiro a acompanha para onde quer que ela vá. Por isso, o lugar para ser bom, é onde quer que ela esteja. A casa com cheiro de amor para os seus filhos é o seu coração, que reza todos os dias para que sejam todos felizes.

 


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