Bons exemplos, por favor! - Jornal Fato
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Bons exemplos, por favor!


Vez ou outra, quando vejo TV, deparo-me com uma reportagem que trata de um ato de honestidade, principalmente, envolvendo personagens reais de menor poder aquisitivo. Tal questão é tratada como um grande milagre, haja vista vivermos em um tempo bem marcado pela corrupção e mentira.

 

Ora, ser honesto não deve ser considerado como um acontecimento eventual, com características pomposas de surrealidade. A honestidade é regra e não pode ganhar contornos de exceção. Devemos plantar árvores de bons exemplos, e estes precisam vigorar como normal em nossa doente realidade.

 

Vemos, nas mídias, muitos exemplos de ausência de virtudes. Infelizmente, é nítida, como água cristalina, uma repetição de atos vergonhosos trazida por elas.  Mostram, em "câmera lenta", ações de violência, de corrupção, de descaso político, de impunidade, legitimando maus exemplos.

 

Mais do que nunca, precisamos alimentar os bons exemplos. Eles são indispensáveis para que haja a resistência aos males que, constantemente, ronda-nos. Devemos reverenciar as atitudes de solidariedade, de cordialidade, de altruísmo, de esperança, de amor ao próximo, de respeito, enfim, ações que mostram a lindeza que somos ou que podemos nos tornar.

 

Cansei de ver os maus exemplos perpetuarem raízes nas esferas sociais, independente de condição social. Cansei de ver as pessoas serem subjulgadas por ações desumanas e ambiciosas, que só desejam saciar a fome da própria barriga ou a fome egoísta de alcançar riquezas a qualquer preço, mesmo que pessoas agonizem ou morram para isso.

 

Leitores, os bons exemplos não podem ser manchetes criativas para vender jornal, mostrando atitudes fora do comum, realizadas por sujeitos honestos e verdadeiros que nem pensássemos existirem mais ou que só nascem, vez ou outra, por um milagre da natureza.

 

Ser cordial, honesto e bom são características que precisam (re) nascer em cada beco, esquina, rua, casa, cidade e país. Os bons exemplos devem existir sempre para que a humanidade não apodreça e enraíze os males como indústria de fabricação em série. Nem tão pouco se devem colocar atitudes boas como eventos de gente boba que não é esperto o suficiente para se "dar bem" na vida.

 

Precisamos, meu querido leitor, florescer nosso jardim de flores do bem. Temos que resistir e não colocar atos ruins como comuns às paisagens vistas das janelas de casa, do carro ou do ônibus. Os maus exemplos precisam nos incomodar e as boas atitudes estarem inauguradas, diariamente, em nosso caráter e nos olhares lançados para o nosso semelhante.

 

Simone Lacerda é professora

cheirosensaiosepoesia.blogspot.com.br


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