A festa das meninas
Tudo começou com uma brincadeira. A amiga Magali decidiu criar um grupo no WhatsApp, com o objetivo de mulheres se encontrarem, se divertirem e praticarem uma boa ação. Ela apresentou inicialmente o perfil das participantes: Tem que ser alegre, gostar de música e dança, de se divertir, ter bom papo e ser solidária. Pensou num encontro em que cada uma levaria uma guloseima e tudo seria partilhado comunitariamente, além da oferta de alguma doação.
Lançou a ideia no WhatsApp e o ajuntamento inicial foi crescendo através das adesões - 10,20,30,40,50,60 mulheres e o grupo só aumentando. A mentora da ideia sentiu que precisava reformular o projeto inicial, e o encontro transformou-se rapidamente numa grande confraternização, com direito a contratar música ao vivo, bufê, bebidas, decoração, fotógrafo e outros. A imprensa mostrou-se interessada em divulgar e em 15 dias foi montada uma das melhores festas que pudemos participar.
Por que deu tudo tão certo? Pela liderança de quem teve a ideia; pela falta de diversão em nossa cidade; porque as mulheres em geral adoram dançar e se comunicarem e nem sempre seus companheiros são solidários aos seus desejos, porque a alegria é um requisito natural nas mulheres - elas, em geral, cantam nos chuveiros, nas tarefas domésticas, no trânsito, mulheres cantam e dançam na vida; e porque elas adoram estar agrupadas.
O grupo formado para a festa foi o mais heterogêneo, mulheres jovens, de meia idade e idosas, convivendo fraternalmente e sem preconceitos; de várias tribos, de diferentes clubes de serviço e de profissões diversas. Havia algo em comum - estavam lindíssimas, arrumadas com esmero, e felizes como só as mulheres sabem ser felizes. E a ausência de censores permitiu o extravasamento da alegria e da plenitude de vida.
Para todas foi uma noite memorável, dançamos, cantamos e rimos muito. Rimos de nós mesmas e da vida. E quantas fotos, e quanta alegria! Que pena quando acabou, por normas do condomínio, no auge da confraternização. Ninguém queria sair daquele ambiente mágico. A despedida teve um gostinho de quero mais e de expectativa da próxima. Resultado concreto: Quase 200 pacotes de fraldas geriátricas entregues à Santa Casa. E a esperança do nascimento de uma nova comunidade.