A 56ª edição da tradicional festa de Corpus Christi de Castelo acontece hoje e, nesta edição, o tema é "Todos comeram e ficaram satisfeitos". Mais de três mil voluntários participaram da organização do evento e fizeram um tapete com 1,5 quilômetro de tapete para o público apreciar.

A confecção começou ontem à 18h00, com uma missa e envio das equipes de trabalho. Às 19h00 a Praça de Alimentação e as feiras já estavam abertas.

Para fazer os tapetes, foram utilizados materiais como palha de café, pó de café, pó de pneu, pó de serra, pedras em diversas granulações, folhas, cipreste, flores, papel, entre outros. Mais de três mil voluntários diretos e indiretos estão trabalhando durante meses nos preparativos da festa e na montagem dos quadros e passadeiras.

 

A festa Corpus Christi

A Festa de "Corpus Christi" é a celebração de comemoração do Santíssimo Sacramento da Eucaristia, que, para a Igreja Católica, é fonte e centro da vida.

A comemoração teve origem na Baixa Idade Média, mais precisamente no ano de 1264, quando foi instituída pelo Papa Urbano IV, por meio da Bula "Transiturus de hoc mundo".

No Brasil, os primeiros registros da celebração do Corpo de Cristo remontam aos anos iniciais da colonização. Em carta datada de 09 de agosto de 1549, o sacerdote jesuíta português Manuel da Nóbrega relatava que "outra procissão se fez dia de Corpus Christi, mui solene, em que jogou toda a artilharia, que estava na cerca, as ruas muito enramadas, houve danças e invenções à maneira de Portugal".

Em Castelo, no fim da década de 50, já era costume erguer altares em determinados pontos da cidade. As ruas eram enfeitadas com folhas de árvores e as janelas e sacadas eram ornamentadas com toalhas de renda (ou bordadas), jarras de flores e outros detalhes que davam ao local um aspecto festivo e solene, preparado especialmente para a passagem da procissão dos fiéis.

No ano de 1963, Zuleide Pereira da Silva, a "Irmã Vicência" (1928-1999), das Filhas da Caridade, confeccionou o primeiro tapete usando folhas verdes e flores, em frente à Capela de Nossa Senhora das Graças, na Santa Casa de Misericórdia.

São milhares de metros de tapetes e passadeiras confeccionados pela população que, distribuídas em várias equipes, faz brotar obras de arte com os mais belos motivos de fé cristã. São os "artistas anônimos", que no dia anterior à comemoração vencem o frio das noites de junho e trabalham arduamente para preparar tapetes e passadeiras que renderão homenagens à presença de Jesus no Santíssimo Sacramento.

Na quinta-feira, em alusão à quinta feira santa, quando se deu a instituição do sacramento da Eucaristia, a cidade amanhece enfeitada. O respeito, a admiração e a profunda religiosidade podem ser vistos e sentidos em cada uma das pessoas que participam, direta ou indiretamente, dessa grandiosa manifestação de fé.

Ao longo de todo o dia são realizadas missas na Igreja Matriz Nossa Senhora da Penha e o clímax da comemoração é a procissão de adoração ao Santíssimo Sacramento às 17h30.