Quase 16 anos após, supostamente, pegar uma sacola de peixe, um lavrador de 52 anos, morador de Mimoso do Sul, foi preso na manhã desta quinta-feira (23) e encaminhado ao Centro de Detenção Provisória (CDP) de Cachoeiro de Itapemirim.

O fato ocorreu no dia 8 de outubro de 2002 em Muqui. Ele, que estava com um amigo, foi flagrado pela Polícia Militar com uma sacola de peixe peroá, que teria sido furtado de uma loja do município.

Na ocasião, o lavrador ficou preso por três dias e liberado. No entanto, a Justiça expediu mandado de prisão e ele foi detido em sua casa, no distrito de Conceição do Muqui, zona rural de Mimoso.

"Ele estava fazendo almoço. Meu tio bebia naquela época, chegou a virar andarilho, mas mudou. Ficou internado, fez tratamento e hoje em dia mora no interior, trabalha e ajuda a esposa dele, que é cadeirante", destacou o sobrinho, de 25 anos.

Segundo o sobrinho, o tio afirmou que não furtou a sacola de peixe. De acordo com ele, foi o amigo que apareceu com a sacola e deixou perto. Porém, a PM foi acionada pelo dono do comércio, que prendeu os dois em flagrante.

 

Sem condenação 

De acordo com o advogado Ricardo Benevenute Santolini, não houve condenação. Seu cliente, informou, foi preso porque a Justiça entendeu que ele teria fugido e expediu mandado de prisão.

Porém, o que ocorreu, explicou, é que o lavrador, por ser uma pessoa simples, sem conhecimento, mudou de endereço e foi viver na roça. O mandado de prisão foi expedido em 2008 e, recentemente, ao saber do paradeiro, a polícia foi até sua casa.

"Vamos providenciar o pedido de liberdade provisória. Ele não tem nenhuma outra passagem criminal. É uma pessoa muito simples e acredito que a Justiça vá permitir que ele responda ao processo em liberdade", ressaltou o advogado.