Canoístas treinam resgate em corredeiras no Rio Itapemirim | VÍDEO - Jornal Fato
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Canoístas treinam resgate em corredeiras no Rio Itapemirim | VÍDEO

Grupo, que ajudou a resgatar pessoas durante a enchente de 2020, é esperança de retomada do legado deixado pelo Yole Club


Treinamento aconteceu na tarde de domingo no Rio Itapemirim - Fotos: Ronaldo Santos/Jornal FATO

A ação de canoístas durante a histórica enchente em janeiro de 2020 colocou o esporte em evidência. Os atletas percorreram o Rio Itapemirim - que chegou a 12 metros acima do seu nível normal - para ajudar no resgate de pessoas ilhadas.

Pouco mais de um ano depois, o método empregado na corajosa atitude ficou claro com a simulação de resgate em corredeira na altura da Ilha da Luz, em Cachoeiro de Itapemirim. Na tarde de domingo, um grupo de veteranos e iniciantes em canoagem se reuniu com esse objetivo.

Qual a importância do treinamento? "É simples: salvar vidas. Tanto a minha, como a de meus companheiros, ou mesmo outro ribeirinho que esteja em perigo nas águas.  O resgate é tão fundamental quanto a remada, propriamente dita", explica Gladstone Duarte, do grupo de canoístas de Cachoeiro.

Segundo ele, as enchentes, cada vez mais frequentes, são um incentivo a mais para estar na água, para treinamentos. "Cada volume de rio modifica as corredeiras e correntezas, devido às formações rochosas".

O grupo de canoagem surgiu em 2005. Os fundadores são Luciano Moulin Prates e Vander Fassarella, que pegaram suas canoas de fibra e percorreram de Duas Barras ao Centro de Cachoeiro em quatro horas.  Era o marco inicial do grupo que foi se ampliando com a chegada de amigos, equipamentos e capacitação.

De acordo com Luciano, o que começou como lazer, hoje inclui competições, como a etapa do Brasileiro, realizada em Ibitirama, na qual integrantes do grupo conseguiram segundo e terceiro lugares.

Gladstone e Luciano participaram dos resgates em 2020. São experientes no remo. Mas há também quem esteja iniciando, como é o caso do advogado Diego Libardi, que domingo recebeu as primeiras lições.

"Uma experiência fantástica para a gente mostrar que é possível praticar o esporte no Rio Itapemirim com segurança, utilizar essa beleza natural, potencializar isso e valorizar a nossa região, sempre com consciência ambiental", diz ele que já foi superintendente do Ibama no Espírito Santo.

A segurança é um dos aspectos exaltados por Camila Costa, primeira mulher capixaba no esporte de caiaque extreme. "Os canoístas são experientes e passam segurança. Há riscos, mas eles são anulados pela estrutura de segurança montada", diz ela, que veio de Aracruz, no norte do Espírito Santo, para participar do treinamento.

 


LEGADO

Cachoeiro tem história na modalidade. Hoje em ruínas, no bairro Coronel Borges, o Yole Club representa uma tradição quase esquecida. Desde a prática do esporte a resgate de pessoas ilhadas em enchentes, nos tempos passados. Aos poucos, seus principais representantes foram falecendo e, sem registros oficiais, principalmente fotográficos, sua história vai se perdendo.

Hoje, a minoria da população tem conhecimento de sua importância para uma geração inteira, principalmente da década de 50. Além do remo, outros tipos de esportes eram praticados em sua sede.

O grupo de canoístas de Cachoeiro é uma esperança para retomar esse legado.

De acordo com Gladstone, o rio Itapemirim continua a oferecer boas condições para a canoagem, tanto para iniciantes, como para quem já é profissional. "O que a gente pretende é retomar a canoagem em Cachoeiro, como era antigamente, com o Yole. Fazer uma escolinha. Trazer etapas do Campeonato Brasileiro, com teve em Ibitirama, e desta forma reavivar a canoagem no centro de Cachoeiro".

Os interessados em iniciar ou se aperfeiçoar na prática esportiva, podem fazer contato com @gladstoneduarte no Instagram.

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