Saiba como está o homem atropelado em cima da calçada em Cachoeiro

Tiago diz ter esperança de que o motorista seja responsabilizado e condenado na Justiça pelo atropelamento

22/07/2024 16:32
Saiba como está o homem atropelado em cima da calçada em Cachoeiro /Foto: Arquivo pessoal.

Oito meses depois de ter sua vida mudada por um acidente no Centro de Cachoeiro de Itapemirim, Tiago Cesário Rangel, encontra na fé em Deus a força que precisa para continuar firme no tratamento que pode possibilitá-lo a voltar a andar. Ele foi atropelado enquanto caminhava em cima da calçada em uma movimentada área de comércio da cidade, no dia 26 de outubro do ano passado.

Procurado pelo jornalismo do FATO, Tiago conta que tem tido uma recuperação lenta, devido à gravidade da lesão, porém, animadora. ?Comecei a sentir pouquíssima coisa por dentro da perna, questão de nervo, mas bem pouquinho, que eu consigo me segurar e ficar em pé, segurando com o braço na cadeira?, relata.

Contente, ele conta que fica de pé todos os dias e esta evolução já o ajuda na locomoção, por agora conseguir ficar sentado na cadeira de rodas. ?Fico de pé todos os dias, fazendo a fisioterapia, mas movimento ainda não. Porque é um processo bem demorado e minha situação com o acidente foi muito séria. Segundo os médicos eu não ia conseguir nem ficar sentado, porque a minha vértebra quebrou e desceu lateral. Foi muito crítica a situação. É um milagre já estar podendo sentar na cadeira de rodas e tal. Agora estou um pouco melhor, com mais firmeza de tronco. Eu já consigo sair de casa na cadeira de rodas. Então ficou mais fácil um pouco?.

Cinco meses após o acidente, Tiago pôde voltar a fazer o que ele ama, cantar na igreja onde congrega. O que antes era algo comum passou a ter um novo significado em sua vida.

 

Sessões diárias de fisioterapia têm contribuído para este resultado positivo. ?Tenho feito fisioterapia todos os dias. Faço terça e sexta aqui em casa, que o plano da empresa que eu trabalhava cobre, graças a Deus, e segunda, quarta e sexta, faço na Multivix. É um projeto que eles têm com o pessoal que está se formando e eu me inscrevi. Então, tenho feito todos os esforços que posso fazer, confiando em Deus acima de tudo?, conta.

 

Acessibilidade

O simples fato de sair de casa também se tornou mais um desafio para Tiago, que mora em imóvel com escadas para ter acesso à porta de entrada. Além disso, ele enfrentava dificuldades para permanecer na cadeira de rodas que, segundo ele, o machucava.

Uma nova cadeira foi adquirida por amigos que organizaram uma rifa solidária logo após o acidente.

Mas ainda tinha a dificuldade com as escadas. Foi então que um amigo empresário, que pediu anonimato, construiu um elevador adaptado no imóvel.  ?Ficou mais fácil para eu sair, porque já saio dentro da garagem?, conta.

 

 

Esperança na justiça

Tiago diz ter esperança de que o motorista seja responsabilizado e condenado na Justiça pelo atropelamento. O inquérito do caso já foi concluído pela Polícia Civil (PC) e encaminhado para o Ministério Público. ?O inquérito foi para o Fórum e ainda está correndo na Justiça?, relata Tiago. Ele diz que a condenação deve servir para que o motorista não esqueça o que fez.

?Mesmo se ele tiver que dar uma cesta básica todos os dias da minha vida, mesmo que eu pegue essa cesta básica e doe para alguém que precise, mas eu quero que ele pague, que ele lembre, quero que ele fique sem carteira de motorista?.

Tiago conta ainda que rotineiramente vê o motorista que o atropelou, dirigindo tranquilamente pelas ruas de Cachoeiro. ?Tipo assim, normalmente, como se nada tivesse acontecido. E eu passando por ele de carro ali, sem poder me locomover. É ridículo, né. E ele sem pagar nenhum preço por isso?.

 

Sem assistência

Passados oitos meses, Tiago afirma que nunca recebeu assistência do motorista do acidente. ?O cara que me atropelou nunca entrou em contato com a gente para prestar alguma assistência, nunca, zero?, diz.

Segundo Tiago, apenas uma vez o motorista e sua família estiveram no hospital onde ele estava, porém, só a esposa do motorista foi até o quarto dele e o encontro não foi nada amigável.

?A esposa dele entrou dentro do quarto onde eu estava, ele (motorista) não subiu porque eu já estava com uma visita e um acompanhante, e ela (a esposa) entrou lá e não se identificou. Estava conversando comigo, eu não sabia quem era, porque ia muita gente lá, por conta da situação, que teve uma repercussão. Quando perguntei quem era, ela falou 'eu sou esposa do rapaz que te atropelou'?, contou.

Neste momento, ele teria a expulsado do quarto. ?Eu não sou obrigado a falar com ela quando ela quer. Deveria ter entrado em contato. Ele (motorista), né, e conversar direito. E quando ela saiu, passou na recepção e pegou um comprovante de que ela foi ao hospital. Ou seja, só foi lá para pegar uma prova de que eles estavam me dando alguma assistência. Olha que absurdo. Essa é a verdade tá? Essa é a verdade. Fato?, desabafou.

O jornalismo do FATO tentou contato com o motorista do acidente, contudo, não obteve sucesso até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto.

 

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