Dengue em Cachoeiro: 460 casos são registrados nos primeiros meses do ano
Confira quais as ações de combate na cidade, como é feita a classificação de gravidade da doença, e remédios contraindicados.
Nestes dois primeiros meses de 2024, Cachoeiro de Itapemirim confirmou 460 casos de dengue entre as 872 notificações no município. Nenhum óbito pelo agravo da doença foi registrado.
Durante todo o ano de 2023, das 7.614 notificações da doença, 6.234 casos foram confirmados, entre eles, seis morreram. Os dados são da Secretaria Municipal de Saúde.
Ainda não há previsão de quando o município receberá vacinas contra a dengue, visto que a incidência de casos é considerada baixa. Neste primeiro momento, apenas cidades com explosões de casos de dengue receberam as doses enviadas pelo Ministério da Saúde.
COMBATE AO MOSQUITO
Em Cachoeiro, a Secretaria Municipal de Saúde (Semus), realiza ações para combater a proliferação do inseto, por meio da atuação dos agentes de endemias, com vistorias em imóveis; atividades educativas e bloqueios epidemiológicos em áreas com casos da doença. No entanto, é imprescindível que os moradores colaborem com os cuidados nas residências. Confira abaixo as instruções.
Conforme a legislação vigente, é de responsabilidade de cada morador manter seu imóvel limpo e livre de água parada. As consequências administrativas e judiciais para os donos de imóveis abandonados que não tomam as devidas precauções na prevenção da dengue e outras arboviroses podem incluir multas e, até mesmo, processos criminais.
CLASSIFICAÇÃO DE GRAVIDADE
Atualmente, a classificação de gravidade clínica para a dengue definida pela OMS e seguida pelo Ministério da Saúde no Brasil é a seguinte:
Dengue sem sinais de alarme
Nesses casos, o paciente apresenta febre geralmente por um período de 2 a 7 dias acompanhada de duas ou mais das seguintes manifestações clínicas: náusea ou vômitos; exantema (erupção cutânea); dor de cabeça ou dor atrás dos olhos; dor no corpo ou nas articulações; petéquias (manchas avermelhadas de tamanho pequeno); e baixos níveis de glóbulos brancos no sangue.
Dengue com sinais de alarme
Qualquer caso de dengue que apresente um ou mais dos seguintes sinais durante ou preferencialmente após a queda da febre: dor abdominal intensa e sustentada ou sensibilidade no abdômen; vômito persistente; acúmulo de líquidos; sangramento de mucosas; letargia ou inquietação; hipotensão postural (pressão arterial baixa ao levantar-se da posição sentada ou deitada); aumento do fígado; e aumento progressivo do hematócrito (porcentagem de hemácias no sangue), com queda na contagem de plaquetas.
Dengue grave
Qualquer caso de dengue que apresente uma ou mais das seguintes manifestações clínicas: choque ou dificuldade respiratória devido a extravasamento grave de plasma dos vasos sanguíneos; sangramento intenso; e comprometimento grave de órgãos (lesão hepática, miocardite e outros).
REMÉDIOS CONTRAINDICADOS
A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) alerta para os remédios contraindicados em caso de suspeita da doença.
Em entrevista, o presidente da SBI, Alberto Chebabo, citou o ácido acetilsalicílico, ou AAS, conhecido popularmente como aspirina, entre os não recomendáveis, por se tratar de medicação que age sobre plaquetas. "Como já tem uma queda de plaquetas na dengue, a gente não recomenda o uso de AAS", disse o médico. Corticoides também são contraindicados na fase inicial da dengue.
O infectologista advertiu que, se tiver qualquer um dos sintomas, a pessoa não deve se medicar sozinha, e sim ir a um posto médico para ser examinada. "A recomendação é procurar o médico logo no início, para ser avaliada, fazer exames clínicos, hemograma, para ver inclusive a gravidade [do quadro], receber orientação sobre os sinais de alarme, para que a pessoa possa voltar caso tais sinais apareçam na evolução da doença".
*Com informações da Agência Brasil.