Cachoeirense conquista o 1º lugar com tese de doutorado em premiação nacional

De acordo com Ricardo, a ideia surgiu a partir da percepção da necessidade de se prover uma solução de baixo custo para vigilância.

03/02/2023 17:40
Cachoeirense conquista o 1º lugar com tese de doutorado em premiação nacional

O professor cachoeirense, Ricardo Maroquio Bernardo, 43 anos, conquistou no final do ano passado, o 1º lugar com sua tese de doutorado no 2º Prêmio Tiradentes, uma premiação nacional que tem por objetivo estimular a produção de pesquisas e estudos acadêmicos sobre temas de interesse do Ministério da Defesa (MD).

A tese desenvolvida, intitulada "Vigilância de Áreas Restritas Usando Uma Equipe Autônoma de Aeronaves Remotamente Pilotadas Cooperativas", é um trabalho multidisciplinar que usa inteligência artificial e engenharia eletrônica na construção de drones inteligentes visando prover uma solução de vigilância de fronteiras e de instalações com perímetro sensível a entrada de pessoas não-autorizadas.

?Como principal diferencial, os drones construídos não dependem de intervenção humana para a realização da missão de vigilância e são capazes de detectar entidades terrestres móveis que adentrem uma área previamente demarcada por coordenadas georreferenciadas, dispensando a necessidade de patrulhas humanas e reduzindo consideravelmente o tempo de percepção de um evento de invasão. O trabalho envolveu tanto a programação computacional dos drones quanto a construção física de tais aeronaves, usando-se recursos como fibra de carbono, motores elétricos, minicomputadores, baterias de íons de lítio, entre outros?, explica o professor do Ifes.

De acordo com Ricardo, a ideia surgiu a partir da percepção da necessidade de se prover uma solução portátil, eficiente e de baixo custo para vigilância de perímetros diversos em locais inviáveis de se instalar sistemas de vigilância convencionais. O trabalho foi iniciado em 2015 e levou cinco anos para ser desenvolvido. Além do tempo necessário para a programação e a construção dos drones, muito tempo foi necessário para a realização dos testes de campo, ou seja, para testar se os drones estavam realmente realizando aquilo que deveriam.

O professor garante que a sensação é de missão cumprida e reconhecida da melhor forma possível. Pois é uma premiação que dará visibilidade e possibilidade de que se possam utilizar o que foi desenvolvido para resolver problemas reais ou para novos projetos que façam uso de partes do que o professor desenvolveu.

?Foi a coroação de um trabalho árduo, fruto de muitas renúncias pessoais e familiares. Lembro dos dias em que eu passava até 16 horas trabalhando nos problemas da tese, seja programando, projetando ou construindo os drones. E todo esse trabalho costumava ser muito solitário, e por muitas vezes eu achei que eu não iria concluí-lo. Nesses momentos eu pensava em Deus, na minha família e no tempo que eu já havia investido, e então eu seguia em frente. Pessoalmente, a premiação me motivou a continuar acreditando que trabalhar com seriedade e afinco é sempre o melhor caminho para se ter bons resultados?, finaliza Ricardo.

 

por Guilherme Gomes