Audiência pública vai debater aumento exagerado da gasolina em Cachoeiro

A convocação foi feita pelo vereador Diogo Lube, que entende ser importante saber os fatores que levaram a alta nos valores e demonstrá-los a população cachoeirense.

16/03/2023 16:26
Audiência pública vai debater aumento exagerado da gasolina em Cachoeiro /Foto Arquivo/Jornal FATO

O vereador de Cachoeiro de Itapemirim, Diogo Lube, convocou para o próximo dia 30, às 14h na Câmara Municipal, uma audiência pública, que terá como objetivo entender o motivo dos elevados preços da gasolina na cidade. Desde o início de março, quando os impostos federais voltaram a incidir sobre os combustíveis, houve reajuste de até 10,8%. O valor é muito superior ao acréscimo na média nacional, de 6,09%, de acordo com pesquisa da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), divulgada na semana passada.

O elevado percentual de reajuste em Cachoeiro foi constatado por um levantamento feito pelo Jornal FATO na última segunda-feira (13), que percorreu cinco postos e comparou os preços praticados agora com aqueles em vigor no dia 15 de fevereiro, data em que foi divulgada a mais recente pesquisa do Procon Municipal.

 

Foto Reprodução/Facebook
 

Na audiência pública, o parlamentar pretende ouvir o Procon, órgão responsável pela fiscalização, donos de postos de combustíveis, representantes de distribuidoras e Ministério Público. ?Nós enquanto vereadores temos essa discricionaridade de fazer audiência pública, de chamar a população e os atores envolvidos para promover esse debate e ouvir as justificativas plausíveis?.

Na semana passada, de acordo com pesquisa da ANP, a média nacional de preço pelo litro da gasolina comum era de R$ 5,57. Mas, em Cachoeiro, o valor mais corriqueiro é de R$ 6,27. A diferença, de 12,57%, fica ainda mais gritante quando se compara ao valor cobrado em um posto na vizinha cidade de Vargem Alta, de R$ 5,79.

Para o vereador, é importante entender o que leva ao alto preço praticado em Cachoeiro. ?A gente precisa saber de fato porque está esse preço alto, se é culpa de imposto, culpa do repasse, se é o frete, dessa forma vamos poder dizer para a população o porquê está caro.?

Caso fiquem comprovadas irregularidades, será exigido ao Procon que tome as medidas cabíveis, como comenta Diogo Lube.

?Se tiver, por ventura, acontecido alguma coisa ruim, o Procon, que é órgão responsável estará apontando isso de forma mais clara e evidente, seja através de notificações, multas ou até mesmo de forma didática trazendo a sociedade as informações devidas?.

A reportagem entrou em contato com o Procon Municipal, que por intermédio da Secretaria de Comunicação, respondeu que a variação de preços entre um município e outro se dá devido a alguns fatores mercadológicos. O quantitativo populacional, o número de postos em uma cidade e o valor que foi comprado o combustível na distribuidora podem influenciar no preço final ao consumidor.

A margem de lucro, o aluguel, o número de funcionários e a logística que é utilizada para o combustível chegar ao estabelecimento também podem incidir sobre os preços. Por fim, a cotação do dólar, preço do barril e do etanol são variáveis que podem modificar o preço de um lugar para o outro.

A equipe do Jornal FATO, questionou ao órgão quanto à fiscalização, mas não obtive resposta.