Setembro Amarelo e Verde - Jornal Fato
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Setembro Amarelo e Verde

Setembro é um mês diferente. Inicia a primavera, lembra as flores. Celebra a vida


Setembro é um mês diferente. Inicia a primavera, lembra as flores. Celebra a vida. Incentiva nossa relação com a natureza, com as pessoas e com as artes. Incentiva a cultura, a observação dos nuances da vida e de suas belezas. Mês de lembrar a pintura do florentino Sandro Botticelli e o Nascimento de Vênus: a deusa do amor e beleza em uma concha sobre as espumas do mar em meio às pétalas de rosas. Em Cachoeiro, mês dos ipês e flamboyants, mudanças de cores e nas nossas emoções em meios às nossas ruas. Coisas subjetivas, que nos leva a pensar na vida. Nada mais oportuno que, usar este mês para campanhas pelo Brasil afora: prevenção do suicídio (Setembro Amarelo), isto é, evitar a morte; e, também, o Verde para doar órgãos e tecidos (órgãos sólidos - rim, coração, pulmão, fígado; tecidos e células - doação de sangue e córnea).

Setembro Verde para promover a vida. Setembro nos faz solidários. O altruísmo, devido o amor e beleza, fica à beira da pele. Com isso pensamos no outro, em sua angústia, sua dor não física, seu desespero. O suicídio é uma causa de morte traumática crescente em todo o mundo, no Brasil inclusive. As causas são variadas: doenças psiquiátricas (depressão, esquizofrenia, transtorno do humor), causas comportamentais e estilo de vida, dificuldades financeiras, uso abusivo de álcool e outras drogas...  O suicídio tem o preconceito como um dos maiores obstáculos para diminuirmos sua incidência. A sociedade, bem como os familiares do suicida, se esconde. Não se conversa sobre o assunto. Interessante que, ao falarmos com uma pessoa que tentou o suicídio, horas ou dias depois do acontecimento, ele ou ela não mais manifesta o desejo de ceifar a vida. Porém, não é uma garantia de que as tentativas não mais acontecerão. Pelo contrário, logo em seguida a uma tentativa, são momentos que devemos ficar mais atentos. Familiares e equipe de saúde mental devem aumentar a vigilância. Que o amarelo das pinturas de Van Gogh, um artista que ceifou a vida, nos alerte sobre a prevenção. No Brasil, o dia do alerta é 10 de setembro.

Além de Amarelo, o mês é Verde. Mais que prevenir a morte, podemos doar vida, mesmo após a morte. A doação de órgãos e tecidos permite isso. Ainda que a paralisação completa da circulação e até do coração aconteça. A vida pode ser estabelecida em outra pessoa. Uma obra maravilhosa dos homens e da ciência. A ciência em favor do corpo humano; em favor da humanidade. Por isso, a comemoração em 27 de setembro, dia de Cosme e Damião, os Santos católicos, protetores dos transplantados, considerados os primeiros médicos a realizar um transplante. Um milagre da idade média. A vida em vida: doadores de sangue. Esquecemos, frequentemente, que essa é uma das ações mais solidárias. A doação em vida, doar sangue para parente próximo ou para um desconhecido e rim para um parente. Depende da nossa vontade.  A doação de outros órgãos, após a morte, depende de manifestar o desejo em vida e comunicar aos familiares. Portanto a ação solidária é parte da nossa consciência. Depende de nossa decisão. A doação de córneas deve ser incentivada. Permitir a recuperação da visão do amarelo e verde. Enxergar o Outubro Rosa, Novembro Azul e o branco da paz de dezembro, janeiro...

 

Sergio Damião Santana Moraes

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Sergio Damião Médico e cronista

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