Que venha a primavera - Jornal Fato
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Que venha a primavera

Deixo que tudo floresça, para transformar-me nas mesmas plantas, que tanto admiramos. Um guirlanda inteira de sensações


Avizinha-se a primavera. As primeiras lufadas entoam seus cânticos: "estação das flores". O amigo, despercebido, nem notou do que falava. Então, falei com meus botões. Comigo mesmo. É uma estação glamourosa e lúdica. Encerra, com o aroma das rosas, um novo comportamento. No mundo animal, do outro lado de nosso quadrante é assim. Imagino, conclui, que também nós, estamos expostos a esse contágio, após um interminável mês de agosto. Surpreendo-me com o requinte sofisticado dos arranjos florais. Da miríade de fragrâncias espalhadas pelo ar. Pode-se, quase, tocar os perfumes. A vida enfeita-se de cores. E juntos, enfeitamos a alma de amores inéditos. Palavras, até então impronunciadas, voltam à baila, e são propaladas pelos quatro cantos. Apraz-me a primavera e seus detalhes espetaculares. Deixo que tudo floresça, para transformar-me nas mesmas plantas, que tanto admiramos. Um guirlanda inteira de sensações. Deus salve a primavera, que se anuncia, quem dera permanecesse o ano inteiro. Despertei o amigo, enquanto sonhava, e nos erguemos. Quem sabe não.me deparo com uma flor temporã, no meio do caminho. Então, decerto, saberei, estou na rota certa. Que venha a primavera.

 

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Que coisa mais linda de se ver, as arvores coloridas de ipê!! Amarelas, brancas e rosas.

 

Arvores todas prosas, a desfilar a proeza de suas belezas finas...finíssimas...  uma maravilha, para serem vistas.

 

E as cerejeiras todas brejeiras, despencam, vestidas de galas com suas flores em arranjos, ao lado das acácias e seus cachos estelares.

 

Margaridas, hortênsias, crisântemos.

 

Uma tela imensa e lancinante, num instante vai pintando para sempre, o tom cinzento, que havia antes, para inaugurar as formosas arvores, que abrem seus galhos, cobertos de flores, com sua brancura, para a súbita primavera.

 

Que venham as aves e abelhas. Que venham os homens, antes dos dias degradantes, que consomem toda luz, e na voragem, suas infâncias, os destrua os sonhos. Venham...deleitem-se


Giuseppe D'Etorres Advogado

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