Quando setembro vier - Jornal Fato
Artigos

Quando setembro vier

Adoro os meses de verão, que simbolizam férias e calor, tudo o que mais aprecio


Peguei o título acima de um filme da minha juventude, uma comédia romântica com grandes atores da época, para narrar o que significa setembro para mim. Adoro os meses de verão, que simbolizam férias e calor, tudo o que mais aprecio, porém o mês predileto é setembro. Não curto o frio e a chegada da primavera tem um significado profundo -  metade de mim desabrocha com as flores, metade é verão repleto de calor.

Exatamente quando setembro vem surge uma vontade enorme de amar, de dançar, de caminhar pelas ruas, de fazer ginástica, de me cuidar, de começar a procurar roupas novas de verão - raramente compro roupas no inverno, em geral as engaveto em setembro e retiro em maio, as mesmas há anos! Detesto lã, roupas pesadas e em excesso, botas, cachecóis, gorros, de vestir como se estivesse me embrulhando. Prefiro trajes leves, coloridas e suaves. E em setembro tudo se modifica, o estado de espírito, o humor, e a vontade de me fazer bonita para meus amores e para a vida.

Aqui em casa observo que setembro é o período de acasalamento dos pássaros e os ninhos com ovinhos e filhotes se multiplicam nas árvores, nos xaxins, nas trepadeiras, nas vigas dos telhados - sabiás, bem-te-vis, beija-flores, corujas, canários, joãos de barro, rolinhas, maritacas, pica-paus, saíras entre outros que não sei denominar. E alguns retornam no ano seguinte ao mesmo local e muitas das casinhas que espalhamos pelo quintal são ocupadas. E sem falar dos inúmeros saguis que surgem com seus filhotinhos nas costas. Imagino que os outros animais, no meio ambiente, se acasalam neste período, e a nossa própria natureza, que é uma mistura humana e animal, também é influenciada pelas mudanças climáticas.

Outro detalhe que muito me estimula é que, em geral, no inverno pouco chove e a vegetação definha, o quintal fica triste e eu também. Em setembro chegam as chuvas e o calor, tudo que a natureza necessita para vicejar e florescer, e o maior espetáculo ocorre quando ela cai trazendo consigo verde e vida em abundância. Dormir ao som da chuva caindo no telhado é uma benção dos deuses!

Quando jovem não tinha consciência desses sentimentos, mas não deve ter sido por acaso que escolhi setembro para celebrar o nosso casamento. E que possamos vivenciar juntos muitas primaveras mais!

 

Marilene De Batista Depes


Comentários