Para onde vamos? - Jornal Fato
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Para onde vamos?

Indago, após longo período de observação


Indago, após longo período de observação, se todo esse avanço tecnológico que estamos a experimentar, nos mais diversos quadrantes da atividade humana, tem nos feito progredir. Será? Para onde vamos? Outro dia, logo cedo, vou até a padaria tomar meu café matinal. Sento-me à mesa e verifico um fenômeno curioso em cada uma das mesas, com olhares fixos, que não desviavam, a atenção era para cada aparelho celular. Tal como se não estivessem ali e, assim, teletransportadas, respiravam em outro lugar e atmosfera, conversando e observando seus pixels intermitentes. Esse fato, não.se dá apenas em padarias. Não. Ocorre em qualquer possível local, inclusive no interior de veículos. Penso que essa parte da modernidade, nos distanciou, sobremaneira. Nos isolou, transformando-nos em personagens virtuais, daquelas que se manda a foto e os dados cadastrais. Não sabia se ria, tamanha era a obsessão, ou se me lamentava, pela patente escravidão. Não que seja obsoleto, mas somos estampas cibernéticas e teclados virtuais. O glamour dos encontros pessoais, foi substituído por um "zap".  Claro que, em muitos sentidos, favorece a uma gama de atividades. Todavia, por outro, há perigo. Perigo real. Na China, existe em marcha, uma campanha massiva contra utilização de tais aparelhos, em várias situações, mormente durante a condução de veículos. Eis fatos justapostos. Estamos diante dos avanços, mas precisamos usa-los com moderação, ou estaremos fadados a ser vítimas de nós mesmos.

 

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O tempo parece que não tem pressa! Grossa mentira! Apressa tudo. Escoa, como um rio caudaloso, esguio, caindo depressa, a arrastar consigo, os fios negros e loiros do crânio ainda profícuo.

 

Embranquecendo-os, no num longo rastro, onde haviam fios fartos, prateia, encurta-os, e tudo se definha, escasseia, como veias esvaziando, a cada engano

 

Trem veloz, sobre trilhos urgentes, subtraindo a porcelana da face. Quebra-a, e no local um mural engendrado com outras linhas. Agora, somos decrépitos, todos, numa espécie tola, de comboio que não cessa ou espera.      

 

Pobre, assim, nessa viagem inaudita e rápida.

Eu grito: fica!  Mas ele não para, e arrasta meu corpo todo com ele, para suas entranhas

Menos Minh 'alma, insurreta, não obedece. Ela permanece em mim...                              


Giuseppe D'Etorres Advogado

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