Tirei alguns dias de férias com a família na Bahia. Propriamente em Salvador, mas tenho aproveitado pra conhecer um pouco melhor o litoral norte da Bahia.

Durante os últimos cinco anos tive a oportunidade de estar no nordeste com muita frequência, o que me deu a oportunidade de visitar quase todas as capitais e principais cidades do nordeste; de Fortaleza a Salvador.

Como minhas viagens sempre foram profissionais não explorei as áreas turísticas a não ser de passagem como também algumas outras viagens de férias que fiz. Eu já sabia do potencial turístico daqui, mas ter contato com o "poderio turístico" nordestino é algo extremamente gratificante. Vale cada viagem, cada passeio, cada aventura.

Com minha mente observadora e que busca absorver tudo acerca do que está ao meu redor, não posso deixar de assimilar as experiências positivas e fazer uma abordagem sobre o que o Espirito Santo poderia fazer para qualificar seu turismo.

Óbvio que não trata-se de "comparação direta". Existem riquezas bahianas típicas e inigualáveis. Seu território é vasto e isso por si só já maximiliza as possibilidades de gerar experiências. Mas, beleza por beleza, também temos as nossas. E basta entender que podemos aprender que as coisas funcionam.

Mas, sem mais delongas, vou aqui elencar algumas poucas características que qualificam e muito o turismo baiano:

A receptividade do povo baiano com o turista é incrível. Uma gente hospitaleira. Sim, isso faz grade diferença na formação de opinião de um turista. O baiano trata bem, com educação, com alegria, com profundo interesse em agradar o visitante. Isso cria uma sensação de bem estar que faz quem é de fora se sentir bem. Eu teria inúmeros casos pra citar aqui sobre como sempre fui bem tratado, mas não posso deixar de citar de uma vez que um motoqueiro andou 12km com sua moto apenas pra me mostrar um caminho e depois retornou para seu trajeto. Nunca vou esquecer disso.

- O aproveitamento máximo das riquezas naturais - o baiano transforma tudo que é possível em experiências bem sucedidas de contemplação e vivência. Barracas que poderiam ser simplesmente barracas se transformam em bangalôs rústicos com artesanatos variados que encantam as vistas e decoram os ambientes. Um outro exemplo bem sucedido: pra chegar na praia de Imbassai, você pode chegar a pé sem problemas. Mas inventaram uma forma de levar o banhista aproveitando o rio, margeando o caminho a pé. Além de ganharem uns trocados com o passeio ainda oferecem um atratavio turístico a mais.

- O investimento público em turismo é evidente e constante - do ponto de vista econômico, o turismo é uma indústria; que gera emprego, renda, atividade laboral e riqueza tanto para os cofres públicos quanto para os investidores que investem na região. Na medida do possível, as estradas turísticas bahianas estão sempre boas. Os acessos aos pontos turísticos recebem todo o zelo pra estarem perceptíveis. Quando comparamos com o fato de que no Espírito Santo orlas como a de Marataizes estiveram tantos anos abandonadas, a entrada de Piúma parecendo um portal de uma espelunca, Presidente Kenedy a anos com lindas praias não consegue transforma seu litoral em um negócio turisco percebemos o tamanho do abismo que há entre iniciativas bem sucedidas.

É fato que existe todo uma tradição baiana que não temos. Não conseguimos disseminar ao longo dos anos e dos tempos o quanto nosso litoral é lindo e factível de uma boa exploração turística em padrões mais elevados. Outrossim, a Bahia e o nordeste possuem mazelas que extrapolam o brilho que suas iniciativas turísticas positivas refletem. Também não estou afirmando que não há nada de bom no turismo capixaba.

Mas é muito bom quando podemos viver momentos bacanas explorando o melhor que a natureza brasileira pode oferecer.

E o Espirito Santo precisa descobrir o seu lado "baiano."