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Quem o vê, com a estatura meridiana, não imagina o tamanho do coração


Quem o vê, com a estatura meridiana, não imagina o tamanho do coração. E o coração lá tem mesuras? Esse não! O coração de Ney, de quem desfruto o prazer de ser amigo, filho e aprendiz. Naquele, há moradas. Miríades delas. Entendi isso, desde sempre, quando o conheci, ainda jovem procurador municipal, e daí, ao seu lado labutei, presenciando a notável sapiência e a sabedoria, que reside além do Direito, e vive nas razões que só o coração reconhece, quando não tem tamanho. Ensinou-me muita da vida, feito um pai zeloso. Quantas voltas testemunhei gestos de ternura. Gestos simples e profundamente belos de amor as pessoas que sequer conhecia. Advogado emérito e profundo conhecedor das leis. Militou durante anos para o Banco do Brasil. Titular de cátedras. Todavia, não permitia que os equívocos humanos, no traçado de cada norma, profanassem o senso maior de justiça. Não! Para mim, seu constante admirador, é suspeito dizer do contentamento, pela coexistência. Muito mais do que hábitos e costumes, herdei um pouco de suas paixões que, em silêncio, fizeram de minha vida, a melhor das aventuras. Ney Santos Vianna. Advogado. Fica ali, logo no centro. Encastelado em seu gabinete, a contar estrelas e amigos, enquanto rabisca versos. Conversando com todos, com a mesma naturalidade e a personalidade franca, de quem cultiva flores. Aliás, ser amigo de Ney, é estado de graça. Ser amigo, de Ney, é transcender o misero limite do corpo, e experimentar, com a alma, a novidade, vinda da bondade, lisura e inteligência, oculta em cada palavra, que deve ser saboreada, atentamente, durante conversas, que nunca cansam, invés disso embelezam o restante da jornada. Penso que o mundo deveria reproduzir essa dicotomia cósmica, a de Ney. Razão, com doses paquidérmicas de sensibilidade. Salvem-se os Ney's que existem em nós, dai, quem sabe, olvidamos a nossa aparente brutalidade, colhida nesses dias breves, e experimentamos o frescor glorioso e invencível da bondade!

 

 

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Você, não cabe na minha mão

Mas não se iluda querida, porque a muito vives em meus sonhos

 

E de uma forma assim tão macia e leve. Eterna.

Feito pétalas que tua flor me oferece.

 

Ainda que não houvesses, tu serias meu ideal. Compactuaria com tudo, e tu virias, como veio, na forma estelar de filha, Camila...

 

Agora, depois de ti, ai de mim que morro de amores por ti, a descobrir, todo dia, amo-te mais ainda, desejando que o tempo pare, enquanto habitas, menina, a fascinar o universo de minhas pupilas

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Camila


Giuseppe D'Etorres Advogado

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