Guandu/Beira Rio - Jornal Fato
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Guandu/Beira Rio

A leguminosa mais conhecida no Brasil é o feijão carioca, o prato, junto com o arroz, mais tradicional da culinária nacional


Guandu é nome de uma leguminosa. A leguminosa mais conhecida no Brasil é o feijão carioca, o prato, junto com o arroz, mais tradicional da culinária nacional. O feijão guandu, também conhecido como andu, é bem apreciado nos estados das Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Bahia. É rico em proteínas e minerais. Apesar do valor nutricional, em Cachoeiro de Itapemirim, Guandu é nome de bairro, onde abriga a rua que mais se destaca em nossa cidade: Rua Bernardo Horta. Para mim, por duas razões: primeiro pelo meu neto Bernardo e segundo por se tratar de um personagem político dos mais relevantes da história da nossa cidade, no fim do séc. XIX e início do XX. A importância do bairro nem sempre foi esta. Quando aqui cheguei, mais de 30 anos atrás, considerava o Guandu, Rua Bernardo Horta e adjacências, símbolo do atraso, algo ligado à cidade caipira, dos que vinham do interior de nossos distritos, com pouco valor comercial e de bem pouco atrativos. Mudei de moradia e de opinião nos últimos seis meses. Moro no Guandu, entre a Bernardo Horta e Beira Rio. Vejo um bairro fervilhando, uma mistura agradável do novo ao antigo. Observo o burburinho dos transeuntes em dias de semana, e principalmente, aos sábados. Sinto as horas marcadas e cadenciadas pelos sinos das duas igrejas.

Vejo o Mercado Municipal Quincas Leão, Mercado da Pedra, um patrimônio histórico de Cachoeiro, desde 2005. Inaugurado na década de 60 e reformado recentemente. Remete à agricultura familiar. Quando viajo procuro conhecer o Mercado Central das cidades, sempre temos uma boa surpresa. Gosto do Mercado de São Paulo, Belo Horizonte, Recife e Fortaleza. Admirei o do Santiago do Chile e de San Telmo, em Buenos Aires. Admirado fiquei em Madrid e Lisboa. São ambientes nostálgicos, gostosos por nos remeter aos tempos dos nossos avós e da infância. A poucos metros do Mercado da Pedra encontramos o Teatro Rubem Braga, símbolo da resistência cultural Cachoeirense. No Guandu encontramos de tudo: uma boa prosa; frutas, legumes e verduras; terno, camisa social e jeans; Havaianas que cabem em todo tipo de pé; um porta-retrato para uma fotografia apaixonante; uma coisa diferente para ornamentar o apartamento; um espaço confortável para reuniões de trabalho (Acisci); uma Academia de musculação; um sorvete; um bar ou restaurante; uma boa casa de vinhos. E se não quiser nada disso, basta andar alguns metros e se encontrar na balaustrada da calçada da Avenida Beira Rio e admirar os Mergulhões e confirmar a boa oxigenação do Itapemirim - apesar do baixo volume de água. Sinto falta de um bom Jornaleiro, uma Banca de revista, onde possa adquirir as figurinhas do álbum do Flamengo do meu neto, um jornal e bom livro - coisas que vejo com facilidade nas ruas do bairro Moema, em São Paulo. Nem tudo são flores no Guandu. A violência e insegurança se aproximam de nossas ruas. Sinto falta da ronda preventiva que o delegado Francelino realizava nas ruas Cachoeirenses. Outros tempos, verdade. Mas, a necessidade da ronda preventiva permanece bem atual.

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Sergio Damião Médico e cronista

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