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Garças e Cisnes

Li sobre os cisnes: ?Pretinha e Branquinha, as fêmeas de cisne ? monogâmicas e viúvas - adornam o Palácio do Itamaraty, representação do Ministério das Relações Exteriores no Rio de Janeiro


Li sobre os cisnes: "Pretinha e Branquinha, as fêmeas de cisne - monogâmicas e viúvas - adornam o Palácio do Itamaraty, representação do Ministério das Relações Exteriores no Rio de Janeiro. Diferentes de alguns patos - que se mantém apenas com um parceiro durante o período reprodutivo, mas depois vão à procura de outros parceiros ou das galinhas, animais célebres por sua liberdade sexual, cisnes formam relações monogâmicas, que em geral, duram uma vida toda. O comportamento é uma estratégia reprodutiva: casais que criam juntos os filhotes aumentam a chance de a prole sobreviver, já que tem a atenção dos dois pais. Guarnecer suas crias é uma atividade que cisnes realizam com especial dedicação. Cisnes fazem parte do Itamaraty desde a década de 1930, quando o diplomata Octávio Mangabeira mandou abrir um grande lago no pátio interno do Palácio. Pretinha e Branquinha estão em idades avançadas, a tradição é manter um casal de cisnes brancos e um casal de cisnes pretos. A tradição pode acabar." Li, também, sobre as aranhas: "Em 2004, o cientista Hilton Japyassú, biólogo especializado no comportamento de aranhas, do Instituto Butantan, em São Paulo, observou em seu laboratório um comportamento inusitado da espécie Zosis geniculata. A aranha capturou um grilo de um jeito nunca antes observado pelos aracnólogos. O grilo foi içado pela teia por uma forma diferente. Um comportamento observado, também, na família das temidas viúvas negras, os teridídeos. Essas espécies tecem teias tridimensionais como um grande lençol irregular do qual pendem fios verticais untados de goma adesiva que funcionam como varas de pescar. Nessas atividades comportamentais das diferentes espécies de aranhas, os cientistas começam a pensar, ou questionar, se existe cognição. Cognição é algo inerente ao ser humano, depende de uma imagem mental do mundo e da memória. A grande questão é se a teia contribui para essa representação de mundo e se esse comportamento é uma forma primitiva de pensamento."

Escrevi sobre o olhar das garças: O rio Itapemirim, em sua forma habitual, corria serelepe pelo centro da cidade, separando ruas e avenidas, moldando junto com o Itabira, o Vale Cachoeirense. Observando melhor, o rio encontrava-se, naquele dia, levemente diferente. Suas águas corriam entre as pedras em um volume menor. Em uma das margens do nosso rio, uma garça. Não aparentava fraqueza. Pelo contrário. Sobre uma pequena pedra demonstrava equilíbrio e certa altivez. De repente, sem uma razão aparente, sem um ruído mais intenso que a fizesse mudar comportamento, ela levantou asas e alguns segundos depois alcançava altura e juntou-se às outras aves. Observei seu voo e fiquei como no primeiro instante que a vi: sem saber a razão. Lembrei-me do seu olhar para o entorno do rio (águas e peixes diminuindo). Seria essa a razão? Mas... E o restante do olhar? Manoel de Barros, poeta do Pantanal, escreveu: "Penso que têm nostalgia de mar estas garças pantaneiras. Há uma sombra de dor em seus voos. De cantos não é que se faz a beleza desses pássaros. Mas de cores e movimentos. Lembram Modigliani... (Acho que estou querendo ver coisas demais nestas garças. Insinuando contrastes - ou conciliações? - entre o puro e o impuro etc.etc. Não estarei impregnando de peste humana esses passarinhos? Que Deus os livre!)."

           

Sergio Damião Santana Moraes

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Sergio Damião Médico e cronista

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