Esse mundo estressado... - Jornal Fato
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Esse mundo estressado...


Sei que é início de ano e o tema que rege nessa época não costuma ser o estresse. Preferimos falar de esperança, recomeço, metas? Então, pra contextualizar melhor o assunto ao período, vou envolver os dois e pensar que minha meta e me estressar menos.

E aí você já deve estar pensando que isso é impossível, mas eu penso que não. Por mais que algumas coisas estão muito além do nosso controle, outras são mais fáceis de dominar e a gente insiste em deixar aflorar mais do que o necessário.

Vou citar um exemplo pra ficar bem fácil entender o meu pensamento. O caso que quero contar aconteceu num dia típico do morador sul-capixaba. Muita gente vem de outros municípios até Cachoeiro para trabalhar e retorna às suas casas no fim do expediente.

Pois bem, em um desses dias, presenciei uma jovem senhora discutindo com o cobrador do ônibus e o motivo era simplesmente porque ele pediu que comprasse a passagem no guichê e ela insistia que não era obrigada e por isso não iria comprar.

Um assunto tão inútil como esse foi se espalhando pelos outros passageiros e o estresse de todo mundo parecia estar à flor da pele. Eu fiquei tão abismada com tamanha atenção que deram ao assunto e tumulto que se criou no ônibus, que só olhei para o lado e vi uma outra moça, que como eu, havia trabalhado o dia todo e só queria chegar em casa tomar um banho e relaxar. Foi então que falei: "Será que essas pessoas tão estressadas também trabalharam o dia todo?" Ela respondeu: "Com certeza não!. Se trabalhassem, estariam como nós, só querendo chegar em casa".

O fato de quem trabalha não importa, mas o que isso me fez pensar é que realmente damos muita importância a coisas que não merecem. A compra ou não dá passagem não ia alterar o roteiro, o preço e nem o lugar onde ela ia sentar; mas ao invés de escolher seguir a viagem pra casa, alguns preferiram debater a situação, que inclusive atrasou a saída do ônibus.

Agora, aproveite pra pensar quantas vezes (ainda esse ano), se estressou por motivos como esse? Eu já fiz essa reflexão, e já fiquei com vergonha também. Quanta inutilidade absorvemos à toa? É muito estresse pra pouca solução. O ônibus já havia seguido viagem, e as pessoas continuavam agitadas debatendo sobre o ocorrido.

Então, a minha meta é contribuir cada vez mais por esse mundo estressado. Não quero me contaminar com essa onda de que tudo é motivo pra questionar ou reclamar, principalmente com motivos que não nos acrescenta nada.

Convido você a tentar se policiar da mesma forma, sem desculpas, de que sou/estou estressado. Vamos ser mais maleáveis antes de levantar questionamentos e contendas sem sentido.


Bruna Hemerly Jornalista Jornalista | Assessora | Articulista

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