Entre risos e choros, sobressai a vergonha
Assim como a Câmara de Vereadores é a sede do legislativo que participa do interesse do município
Assim como a Câmara de Vereadores é a sede do legislativo que participa do interesse do município, a Assembleia Legislativa é responsável pelas normas de interesse dos Estados e o Congresso Nacional exerce o Poder Legislativo no âmbito da União.
Diferente das duas primeiras, o Congresso é bicameral, ou seja, é composto por duas Casas, são elas: o Senado Federal - integrado por 81 senadores, que representam as 27 unidades federativas (26 estados e o Distrito Federal) - e a Câmara dos Deputados, que é integrada por 513 deputados federais, estes representantes do povo.
Como os deputados federais representam o povo, de acordo com a quantidade da população local, um Estado terá mais ou menos representantes a serem eleitos. Todavia, como os senadores representam os Estados, a conta é mais simples, qual seja: cada Estado pode eleger 03 senadores, o que equivale a 27 unidades federativas x 03 = 81 senadores. Estes, mediante votação definirão as estratégias nacionais, especialmente, legislativas e fiscalizadoras do Executivo.
Apesar disso, nossos representantes que, por certo, são experts na matemática quando a conta quantifica os votos necessários para serem eleitos, revelaram-se profundamente ignorantes quando o tema a ser contabilizado é de profundo interesse dos seus eleitores.
Isso é óbvio, passados os atos de posse dos novos (e ultrapassados) senadores, fez-se necessária a abertura da votação para a definição dos critérios de eleição do novo presidente do Senado.
Meu Deus!!! Sequer conseguiram chegar a um consenso sobre o voto ser aberto ou fechado. O que é absurdo, pois, enquanto representantes do povo, não haveria, sequer, que se cogitar sigilo, mas transparência. Afinal, nós - povo - temos que conhecer àqueles que escolhemos. Só assim, saberemos se deverão permanecer ou rodar nas próximas eleições.
Sem competência de decisão, após ocupar o STF (Corte máxima do judiciário) para definir questão tão óbvia, mostraram-se, no mínimo, analfabetos em números, pois, 81 votaram, mas apareceram surpreendentes 82 votos. Como assim?
Confesso que não sou adepta aos números e que, com eles, não me relaciono bem, mas, até minha caçula de 8 anos saberia que de 81 partes inteiras, sem adição, não se pode tirar 82 partes inteiras.
Mas tudo bem, ainda há muitos políticos tradicionais, antigos, que ainda não entenderam que a transparência, na política, é essencial. Entendo que nem todos eleitos são bons matemáticos e erros acontecem. Mas, rever um senado que se mantem entre bate-bocas, ofensas, gritos e "mijadas"; rever um candidato, experiente na "profissão" de senador, renunciando a eleição depois do erro matemático e da opção pessoal pelo voto aberto, é difícil de engolir.
Se não bastasse, se para votar no novo presidente do Senado, os senadores precisaram de mais de 24 horas, pergunto-me:
- Quanto tempo precisarão para votar na reforma da previdência?
- Quanto tempo para definir assuntos essenciais ao povo (não a políticos)?
Confesso que prefiro não correr o risco de responder. Tenho medo, pois, se a votação for rápida, será que vai ser bem refletida e sábia? Se for demorada, será pura ou corrompida?
Mais uma vez, peço a Deus que ajude o povo brasileiro e dê inteligência, sabedoria e decência ao Congresso Nacional. Já não aguentamos que o país siga por rumos entre risos, choros e vergonha.
Katiuscia Oliveira de Souza Marins