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Enfrentando a violência

Nos últimos dias ficamos assustados com as cenas de violência sofridas por uma mulher, mostradas nas TVs, culminando com seu assassinato


Nos últimos dias ficamos assustados com as cenas de violência sofridas por uma mulher, mostradas nas TVs, culminando com seu assassinato. Muito nos inquietou o depoimento dos vizinhos, que ouviram seus pedidos por socorro e se omitiram. As imagens gravadas por câmeras de vídeo mostram a realidade da violência que acontece todos os dias, com centenas de mulheres, em locais reservados, a maioria na presença dos filhos menores, indefesos e sem condições de defender a vítima.

Participamos de reunião do NEVID, Núcleo de Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, que aconteceu no Salão do Júri do Fórum Desembargador Horta de Araújo, convocada pela Exma. Sra. Claudia Regina dos Santos A. Garcia - Promotora de Justiça e Coordenadora Estadual do NEVID. Com a presença de todos os autores na luta contra a violência às mulheres: Promotores Públicos, Polícia Militar, Delegados da Polícia Civil e da Delegacia da Mulher, representantes da Prefeitura através da SEMDES e do CREAS, Conselho de Direitos da Mulher entre outros.  O NEVID apresentou sua atuação e dados que comprovam a queda da violência em nosso Estado, que do quarto passou para o décimo quinto lugar. Muito nos alegrou a notícia que já estão sendo tomadas as providências para a instalação, em nosso município, da nova Delegacia da Mulher, em espaço adequado e acessível.

É sempre esclarecedor informar que a violência pode ser física - espancamentos, relações sexuais forçadas; patrimonial - controlar, reter ou tirar dinheiro, destruir seus bens pessoais; moral - fazer comentários ofensivos, humilha-la em público, expor a vida íntima do casal; psicológica - xingar, ameaçar, intimidar, impedir que ela trabalhe ou estude, controlar sua liberdade de ir e vir, mantê-la em prisão domiciliar. São exemplos do que pode acontecer até culminar com o assassinato.

Cachoeiro ainda não possui uma VARA de Violência Doméstica e a vítima precisa de uma resposta imediata quando procura por socorro. A ameaça é o prenúncio da morte eminente. Até quando a sociedade vai se omitir e não prestar socorro as mulheres que sofrem violência? Podemos salvar vidas com a nossa atuação. Basta ligarmos para o 181 ou 190, não é necessário se identificar. A violência doméstica não escolhe raça, cor, idade ou padrão social. Precisamos dar um basta, antes que a próxima vítima seja alguém da nossa família.

 


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