Eleição sem debate - Jornal Fato
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Eleição sem debate

Os últimos acontecimentos viraram de cabeça para baixo o processo eleitoral capixaba e mais uma vez expuseram o quão personalista é o nosso sistema político


Existe uma busca quase universal por respostas fáceis e soluções semi-elaboradas. Nada perturba tanto algumas pessoas como ter de pensar

Martin Luther King Jr

Os últimos acontecimentos viraram de cabeça para baixo o processo eleitoral capixaba e mais uma vez expuseram o quão personalista é o nosso sistema político.

Bastou o governador Paulo Hartung exercer seu direito de não tentar a reeleição para que tudo o que seu governo fez fosse relegado a segundo plano, em razão de interesses eleitorais.

A sucessão corre o risco de ficar sem candidato a governador que defenda o legado cantado e decantado pelo país como exemplo de gestão em tempos de crise.

Não houve, ainda, quem fosse capaz de assumir o bastão repassado pelo governador. Falta consenso, embora haja interessados na missão.  

Os interesses, agora, são outros: a boa colocação partidária para o Senado e a disputa nas proporcionais.

É provável que o eleitor se depare com frankensteins, costurados com a linha do pragmatismo que permitirá alianças impensáveis a até bem pouco tempo.

É uma pena que as coisas caminhem para eleição em que o necessário debate entre modelos de gestão não vá ocorrer na intensidade em que poderia.

Só o confronto de ideias e modos de governar é capaz de esclarecer ao eleitor e fazer amadurecer pessoas a instituições.

 

DESTAQUE. O encontro casual de Cleiton Martins e Joaquim Neiva, titulares da coluna Fato Inovador, que, por coincidência, está publicada hoje, na página 12. Tecnologia, estratégia e bom uso das mídias digitais é com eles.

 

Sobe

Rodrigo Coelho

Em meio ao tsunami político dos últimos dias, o deputado estadual Rodrigo Coelho (PDT) parece ter encontrado seu porto segundo no Tribunal de Contas. Deve ser indicado para o cargo de conselheiro, encerrando, assim, promissora carreira político-eleitoral, mas garantido sua estabilidade na vida.

 

Desce

Desespero

Com tantos desencontros, parece que bateu o desespero e já tem quem defenda o "Volta PH" (Paulo Hartung) para a corrida eleitoral, algo que, a esta altura, mais do que improvável, parece ser inviável. Mas, por via das dúvidas, a ordem é espalhar a campanha lançada pelo PSD. "Vai que cola", sonha o presidente da sigla, Neucimar Fraga.

 

Mas, hein?!

Uma coisa não se pode negar: o vice-governador César Colnago não foge à luta.

 

Vias de FATO

Com tantas mudanças, a eleição para o senado deverá ser muito mais disputada do que o pleito para o Governo do Estado. 

PSB projeta de montar palanque com três pré-candidatos a presidente: Ciro Gomes (PDT), Jair Bolsonaro (PSL) e Geraldo Alckmin (PSDB), levando Magno Malta e Ricardo Ferraço para o grupo. 

O deputado estadual Rodrigo Coelho, se tudo der certo, não deve sequer se tornar candidato á reeleição, pois deve sair do páreo antes, para ingressar no Tribunal de Contas. 

O rito que pode escolhê-lo para conselheiro da corte tem previsão de término para 4 de agosto, três dias antes do prazo fatal para o registro de candidaturas nos partidos. 

A saída do Pedetista da corrida eleitoral abre boa margem de votos na região. resta ver quem está mais bem posicionado para herdá-los ou conquistá-los.


Wagner Santos Diretor e editor Jornalista

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