Tendo início em alguns municípios do sul, entre eles Iconha, Vargem Alta, Rio Novo do Sul e Alfredo Chaves, as chuvas chegaram destruindo as cidades e o interior. Municípios vizinhos se mobilizaram e solidariamente partiram para uma ação conjunta de apoio a todos que sofreram com o impacto das águas. E Cachoeiro fez uma grande trabalho de arrecadação e de envio de alimentos, roupas, água, colchões, materiais de limpeza - dezenas de caminhões de material arrecadado, e o Prefeito Victor Coelho organizou equipe da Prefeitura e foi pessoalmente prestar socorro aos irmãos dos municípios vizinhos.

E em meio ao envolvimento de se fazer útil e solidário, Cachoeiro sofreu a maior enchente da sua história, esta que teve início em Conceição de Castelo, Castelo, Rive, Alegre, Iuna e Muniz Freire. Ouvíamos informações a respeito e não nos dávamos conta da dimensão e da força das águas.   Em poucas horas o rio Itapemirim subiu mais de 6 metros, invadindo casas, prédios, comércio, indústria, setores da Prefeitura, escolas, enfim, destruindo tudo, com a força da correnteza. Pessoas perderem casas, móveis, carros e até ônibus, comerciantes tiveram as lojas totalmente destruídas, prejuízos incalculáveis. A enchente teve início no sábado e já no domingo cedo, no meio do caos, ocorreram saques no comércio, pessoas fingiam que estavam ajudando e carregavam os produtos das lojas arrasadas, numa demonstração de grande desumanidade. Segundo informações, alguns comerciantes contrataram seguranças armados que ameaçaram os saqueadores com tiros e conseguiram conter a barbárie.

A cultura sofreu com a invasão das águas em locais de preservação, e parte do acervo histórico foi destruído, além da perda de quantidade incalculável de livros e de todo material de informática com dados de difícil recuperação. Na segunda-feira tentei chegar à Casa da Memória, para ter acesso a sala da Academia de Letras e constatar as perdas lá ocorridas. Realizei várias tentativas de adentrar ao centro da cidade e o caos se estendeu também ao trânsito. Ruas lotadas de carros que não se moviam, povo desesperado, famílias continuavam ilhadas em seus prédios ainda tomados pelas águas e sem abastecimento de água e luz, que, por segurança, foram suspensos. E a triste divulgação de uma vítima fatal. Cachoeiro de Itapemirim transformou-se numa cidade arrasada pelo caos e acredito que serão necessários anos para que se recomponha - das perdas físicas, econômicas e psicológicas da tragédia. E no meio do caos ainda surgem os inconsequentes distribuindo fake news, ou aqueles que repassam informações não comprovadas, o que aterroriza ainda mais o povo sofrido.

Encerro com um voto de louvor ao Prefeito Victor Coelho, que durante todo o processo tem estado à frente das ações, e envolveu toda Prefeitura no trabalho de restauração, e juntamente com o Coordenador da Defesa Civil Inácio Daroz e o MJ do Corpo de Bombeiros Siwamy Reis - mantém a população informada através de vídeos distribuídos por todos os setores de comunicação e redes sociais, o que traz conforto e segurança.

Marilene De Batista Depes