Do luto à luta - Jornal Fato
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Do luto à luta

O hábito de conter e guardar no baú das emoções as palavras não ditas e os sentimentos não expressados


Por Pâmela Gualandi

 

"É a cor, é o suor, é a dose mais forte e lenta (?) quando deve chorar e não vive, apenas aguenta". Trecho da música "Maria, Maria", de Milton Nascimento, bem propícia para mostrar o luto interno em meio às lutas diárias.

Seja em casa, na família, com os amigos, no trabalho, quando aguentamos calados, sem expressar nossa opinião, o que deveria ser dito, não é mesmo? É o famoso "engolir sapos"?

"Para onde vão os nossos silêncios quando deixamos de dizer o que sentimos"?

O hábito de conter e guardar no baú das emoções as palavras não ditas e os sentimentos não expressados faz com que nossas emoções sejam aprisionadas, gerando tristeza, dor e angústia.

Guardar os silêncios, para alguns, é a maneira de evitar conflitos externos e uma maneira, até, de se proteger emocionalmente; entretanto, é também alimentar o luto das palavras não faladas, causando dor até mesmo física.

O que se fazer, então? Eis a questão!

Há momento para cada coisa, de falar e se calar, de parar e agir, chorar e sorrir, mas sempre com serenidade de ser, dizer, viver e sentir. 

A leveza das palavras tornam os diálogos suaves, o pensar antes de falar e agir dão o equilíbrio no contato com o outro. Respirar fundo, ter o pensamento positivo, contemplar o que é belo são ferramentas importantes para sair do luto do silêncio repressor à luta da fala libertadora.

Saia do luto e vá à luta! Você pode e consegue!

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