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Dia Urbano

Hoje, aqui do alto, tive a vontade de olhar o que se passava na janela...


Hoje, aqui do alto, tive a vontade de olhar o que se passava na janela.

Percebi nas ruas uma intromissão de barulhos estranhos, fumaça, muitos carros, gente apressada por toda parte. Resolvi ver o céu. Ele parecia triste, meio acinzentado e as nuvens estavam tão embaralhadas quanto os carros e as pessoas nas ruas. Em frente à minha janela havia alguém de pé olhando pelo gradeado de uma minúscula varanda. Tinha um olhar introjetado e perplexo sobre a imagem que lhe alcançava os olhos que mal podia sentir minha existência frente a ele.

O caos da cidade nos inundou os olhos.

 

Acima, mais um texto literário do projeto "Escrever é preciso". Desta feita, da autoria de Camila Falcão D'Ettorres, psicóloga, residente no bairro Independência, em Cachoeiro de Itapemirim.

 

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Tu és a mesa repleta de pães. Um vaso celeste de flores no centro. Não há certo ou errado. Ha apenas algo bom e leve. É você.

Você, colorindo a vidraça que, ainda embaçada, refina-se, com a tua luz, e iluminando a sala. Trazendo para varanda, o sol, que se deita, na cesta de imensas figuras, luminosas e coruscantes.

Você não depende tanto de ar. O oxigênio condensado em ti se basta, e perpassa as frestas das janelas, indo derramar açucenas pequenas e serenas

E, então, nada é mais como antes. A pedra vira diamante e vai dormir na sua mão, lívida e frágil. Assim, pode se sentir, desprende-se um perfume misterioso, próprio das flores.

Se tu não és tudo, disso aproxima-se. Gira, e consigo o mundo, e já és imortal. Mudo, sigo no hall teus passos, e a cada etapa, danças um balé de nuvens que crias, enquanto assim rodopias, para nascer outro mundo cá dentro de mim...

 

Por Giuseppe D'Torres

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