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Corte de verba no estudo dos outros é refresco

Estou ouvindo os gritos histéricos dos reitores das universidades federais acerca do corte de 30% nas verbas repassadas as universidades públicas federais


Estou ouvindo os gritos histéricos dos reitores das universidades federais acerca do corte de 30% nas verbas repassadas as universidades públicas federais.

O assunto é complexo, precisa ser analisado a fundo e não tenho todos os dados à mão para saber de maneira definitiva a assertividade da proposta. Li uma coisa ali, outra acolá, mas dessa mídia que ai está mainstream como sempre fica dificil apurar alguma coisa de análise isenta.

Mas eu tenho minha opinião sobre isso tudo.

E sou sim a favor de um arrocho e de uma politica de austeridade na gestão das Universidades.

É verdade sim, que muitos mestres e doutores de pesquisa científica estão a todo o tempo desenvolvendo estudos relevantes para ciência brasileira e essa atividade deve ser preservada, esrimulada e protegida.

Mas também é verdade de que nos últimos anos, nas últimas décadas as universidades federais se tornaram palco da balbúrdia, templo de atrocidades e ao invés da promoção do ensino, universidades federais se tornaram o templo da ociosidade, do desperdício de verba pública e de antro de disseminação de doutrinação ideológica esquerdista de quinta categoria.

Fala em corte, os homens pulam da altura de um poste...mas se esquecem da proliferação de drogas no ambiente das federais, das aulas mentirosas que são ministradas onde o professor finge que ensina e o aluno finge que aprende...das atividades culturais promíscuas que brotam como olho d'água na bacia do Amazonas em qualquer canto do país...dos índices de desempenho de falência educacional apurados em muitos polos educacionais.

Dos salários vultuosos dos catedráticos que não rendem ensino de qualidade...do quebra quebra promovido em muitas instituições porque os alunos não tem zelo pelo patrimônio público, pela ingerência de recursos...

Lembram do carro autônomo da Universidade Federal do Espirito Santo que foi no Mais Você e durante a apresentação no programa atropelou a Ana Maria Braga? É assim que muitos estudos científicos são tocados no país utilizando dinheiro público: as galegas, nas coxas, de qualquer jeito. Ai dá errado, ai não gera conhecimento tecnológico.

O problema não é simples e não tento aqui simplificá-lo. Mas é certo de que a muitos anos não se fala ou se trata de "gestão eficiente" nas federais brasileiras.

Jorrando dinheiro é fácil administrar qualquer coisa. Quero ver gerir na escassez, não é verdade?

Agora imagine você: durante todos esses anos o quanto o empresariado não teve que rebolar para passar pela crise e sobreviver. Corte de verba é uma palavra comum a qualquer empresário. E saber lidar com a gestão nesses momentos é o cotidiano de qualquer empreendedor nesse país.

O problema é que a mente dos gestores públicos é limitada nesta questão. A mente desses indivíduos age como se a fonte de recursos fosse perene, ilimitada e infalível.

Não é bem assim. Essa reação estapafúrdia de simplesmente não aceitar é o mito da gestão pública: achar que o dinheiro está sempre lá é só pegar.

Um outro tema relevante é: a maneira como historicamente o governo federal distribui os recursos públicos através das politicas públicas adotadas para a educação.

Em países como o Chile por exemplo - onde o anafalbetismo é zero - todas as universidades são particulares. O país investe 100% dos recursos na educação de base. Nos EUA o sistema é parecido.

No Brasil o governo federal emprega grana nas três esferas: no ensino fundamental, médio e superior.

Ou seja, investe em tudo, mas não entrega excelência em nada.

O aluno oriundo da educação pública muitas vezes chega com deficiência na formação do seu aprendizado na Universidade, faz um curso superior sem superar suas carências educacionais e se lança no mercado de trabalho com um nível de conhecimento mediano. Essa é uma realidade latente.

De qualquer forma, precisamos analisar com clareza o espectro que levou a decisão do MEC num corte tão profundo de receita.

Mas um choque de realidade, um chamamento para um compromisso de gestão por parte dos reitores das universidades federais, bem como uma represália ao uso indevido de verba pública para patrocinar balbúrdia é bem vindo.

Chega de tantas atrocidades em nossas universidades.


Bruno Ramos Empreendendor Analista de Relações Internacionais graduado pela Universidade Vila Velha - UVV

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