Que o futuro é incerto sabemos. Que somente o presente, o agora, é real também não podemos negar. Apesar disso, temos, por nossas atitudes, construído algumas certezas acerca do futuro.

A ação depredatória dos homens geram a certeza de que, no futuro, não tão distante, desastres ambientais serão acentuados; pessoas morrerão por doenças mais jovens que as gerações anteriores; as águas tenderão a acabar ou se tornarem inapropriadas ao consumo, ...

Isso se torna tão óbvio quanto o fato de que apenas somos passageiros no trem da vida que um dia interromperá seu curso, pois, vejam o que nós, homens/mulheres, estamos fazendo ou permitindo omissamente que seja feito:

- Amazônia perdeu 18% da floresta em 3 décadas, mostra análise de satélites;

- Pastagem e agricultura representam 84% do que se tornou a Amazônia nos últimos 33 anos;

- Em MG, parede de mina pode ceder a qualquer momento e atingir barragem;

- Após chuva, ruas seguem alagadas e população contabiliza prejuízos em Vila Velha, ES;

- Governo federal aprova registro de mais 31 agrotóxicos, somando 169 no ano;

- Dados da OMS estimam que no ano de 2020 o câncer, neoplasias que resultam de uma combinação variável de fatores genéticos e ambientais, seja a principal causa de morte em todo o mundo; [...]

O futuro é incerto? Sim. Mas somente no que diz respeito aos nossos projetos. Em relação aos nossos atos inconsequentes e mais preocupados com a economia que com a vida, o futuro é certo como o dia que se renova a cada 24 horas. É certo como de uma macieira, naturalmente, não se poderá colher manga.

Assim, necessário abrir os olhos para enxergar que, se nada começar a ser feito hoje, tanto a título de políticas públicas quanto através de mudanças individuais de comportamentos, as gerações que nos substituírem, nossos descendentes, sofrerão as mazelas das atitudes no presente firmadas.

Alguns podem pensar: Isso é uma visão pessimista, cadê o bom senso, onde está o pensamento positivo? Respondo, o pensamento positivo está apenas na esperança de que nós consigamos acordar antes de ver, junto à nossa vida, a esperança de vida futura, ao menos, com saúde e qualidade, se escorrer entre nossas mãos cheia de lucros, mas suja de sangue.