Cadeira nº 4 - Jornal Fato
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Cadeira nº 4

A Cadeira nº 4 da Academia Cachoeirense de Letras (ACL) tem como Patrono


A Cadeira nº 4 da Academia Cachoeirense de Letras (ACL) tem como Patrono: Arquimimo Martins de Mattos. Nasceu em fevereiro de 1880, em Cachoeiro de Itapemirim. Médico. Exerceu a profissão na Santa Casa de Misericórdia de Vitória, onde prestou relevantes serviços. Publicou: Aborto Criminoso e O que é ser médico. Recebeu o título de Presidente de Honra do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo, em 1º de julho de 1925. Como médico: Curava quando possível, aliviava quando necessário e consolava sempre. Como historiador e ensaísta ocupou a Cadeira nº 6 da Academia Espírito Santense de Letras. Padre Vieira na Capela Real, em Lisboa, em1652, nos disse: O que resta é que cada um olhe atentamente e com a devida consideração para a árvore de sua vida, e que examine e veja sem engano do amor próprio, se os ramos das suas obras pesam para a mão direita ou para a esquerda. Arquimimo, pelo seu trabalho, soube dosar e carregar sua obra em suas duas mãos.

A Cadeira nº 4 da Academia Cachoeirense de Letras tem como seu último ocupante: Lourival Serrão. Proveniente de Iconha, Espírito Santo. Foi contador - um guarda-livros.  Polêmico. Inquieto pelas coisas boas da vida; inquieto pela sua paixão, o balneário de Iriri. Do seu livro de crônicas, Luz e Sombras, dedicado à esposa Matilde, publicado no primeiro centenário de emancipação política de Cachoeiro, em 1967, podemos sentir toda sua vibração. Fala do rio Itapemirim, alertava naquela época: O nível do nosso velho rio desceu a estaca zero. Sobre os ingleses no município de Iconha destaca Thomas Dutton Junior que a fim de aliciar seus compatriotas para imigração da terra natal dizia em carta: Nesta terra capixaba a natureza é tão fértil e generosa que as galinhas põem dois ovos por dia. Padre Vieira nos ensinou: As nossas ações são os nossos dias, por elas se contam os anos, por eles se mede a vida. Enquanto obramos racionalmente vivemos, os demais tempo duramos. Pelas ações, Lourival vive.

Quanto a mim, só me resta agradecer. Quando criança, sentado no chão, junto aos meus irmãos, em torno dos nossos pais, Ele contava: Escrever sobre pessoas do passado é como se elas estivessem presentes e se perpetuassem no futuro. É como um reviver constante, um reviver eterno. Por alguns instantes, breve tempo, furtivamente, tomava a cadeira do pai e sonhava... Sonho: Este que Vieira colocou como um dos maiores mistérios e mais delicados segredos da natureza na arquitetura humana. Tomei posse da Cadeira 4 da ACL em que posso sonhar... Mereço? Não sei. Padre Vieira ensinou: Deus julga com o entendimento, os homens julgam com a vontade. Quem julga com o entendimento: se entende mal, julga mal, se entende bem, julga bem. Quem julga com a vontade: ou queira mal, ou queira bem, sempre julga mal. Se quer mal, julga como apaixonado e se quer bem, julga como cego. Deixo o juízo para depois da morte. É o juízo de Deus.

 

Sergio Damião Sant'Anna Moraes

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Sergio Damião Médico e cronista

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