Cachoeiro encolheu? - Jornal Fato
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Cachoeiro encolheu?


Na semana passada um jornal aqui do município trazia manchete dizendo que Cachoeiro está fechando. Em seu conteúdo a notícia listava grandes empregadores do passado que já faliram ou que estão passando por contingenciamentos, entre eles os grupos Itapemirim, Itacar, Nassau, Dadalto e Flecha Branca. Mencionava ainda outros comércios menores, como a Casa Moulin, que recentemente fechou as portas. Se eu quisesse poderia também fazer uma lista longa, que provavelmente fecharia a lauda a que tenho direito, de todas as empresas que fecharam as portas em nossa cidade nos últimos 12 meses.

Mas é preciso considerar alguns fatos ao se ler notícias como essa. Quais foram os fatores que levaram ao fechamento das empresas? Falando de maneira genérica e sem citar esta ou aquela empresa, podem ser vários os motivos: má administração; falta de preparação dos sucessores, em caso de empresa familiar; ambiente econômico hostil; falta de visão de futuro dos administradores atuais. E há muitas outras causas, ainda.

O que não se pode deixar de ter em mente é que a economia é dinâmica, e a concorrência é forte, em especial no ramo do comércio. O que hoje vende muito bem, amanhã pode ficar encalhado na prateleira. De um dia para o outro pode surgir um concorrente que até então eu não tinha, com um produto melhor e mais barato que o meu. Terei, então que me adaptar à nova circunstância, de uma maneira ou de outra. Acho natural que aconteça esse tipo de coisa, empreendimentos fecharem; é uma consequência de escolhas feitas e de ações implementadas pelos seus administradores, em grande medida. Sei bem disso porque já fui sócio, junto com meus irmãos, em uma videolocadora que tivemos que fechar por motivos que não cabe aqui enumerar.

Ao mesmo tempo tenho visto lojas novas abrindo em bairros e no centro da cidade, no lugar daquelas que fecharam. Claro, ainda há muitos imóveis comerciais fechados, mas em alguns casos, bastante pontuais devo admitir, é devido ao valor de aluguel pedido pelo proprietário - alguns desses preferem pagar IPTU e taxa condominial a alugar por valor abaixo do que pedem. Mas a economia local reage. Exemplos: no bairro BNH foram recém-inaugurados dois atacadões; um grupo da capital anunciou que construirá um atacarejo em terreno adquirido em leilão - pertencente ao Grupo Nassau - e uma loja em local a ser ainda definido; no local da Dadalto, no Centro, já há faixa anunciando novo empreendimento.

Claro, tenho plena consciência de que Cachoeiro não possui a mesma pujança econômica - e também, porque não dizer aqui, intelectual - e influência política que apresentou em especial nos anos 1950. Mas a época de então era outra, saíamos do pós-guerra e estrávamos nos Anos Dourados e a economia mundial estava em plena retomada. Por aqui o governo de Juscelino Kubitschek dava continuidade à política desenvolvimentista de Getúlio Vargas, apresentando seu Plano de Metas, com o lema de 50 anos em 5.

E o que vivemos hoje? Após treze anos de desgoverno da esquerda temos um presidente que nada mais faz que administrar o triste fim de seu mandato. Mas, ainda, assim, Cachoeiro reage.


Dayane Hemerly Repórter Jornal Fato

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