Bernardo Horta volta a Cachoeiro - 100 anos - Jornal Fato
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Bernardo Horta volta a Cachoeiro - 100 anos

Em 01 de abril de 1919 voltaram a Cachoeiro os ossos de Bernardo Horta de Araujo e de sua amada esposa Nininha


Em 01 de abril de 1919 voltaram a Cachoeiro os ossos de Bernardo Horta de Araujo e de sua amada esposa Nininha. Os ossos de ambos foram levados, a pé, por cortejo imenso de cachoeirenses, que fez o percurso da Estação da Leopoldina até o Cemitério do Coronel Borges, onde foram depositados no túmulo construído pela prefeitura; lá estão até hoje - 2019.

O fato foi assim descrito pelo jornal O CACHOEIRANO, de 06 de abril daquele ano:

- "Depois de uma série de dias chuvosos, o firmamento, terça-feira última, pela manhã, apresentou-se despido de nuvens. Foi um dos poucos dias alegres, cheios de sol, a transbordar de vida, que tivemos no novo ano.

Pelas onze horas da manhã, começamos a notar um grande movimento nas ruas centrais da cidade.Um grande número de cavalheiros, todos vestidos de preto, dirigiam-se para a gare da Leopoldina.Lá chegados, encontramos igualmente, um grande número de senhoras e senhorinhas.

Todo o povo que lá se achava ia prestar a última homenagem, ao grande Bernardo Hora, diretor e proprietário, por largos anos, deste jornal e político na maior evidencia no Sul do Estado...

Cultuando os mortos, faremos ver aos moços que a virtude é sempre recompensada".

Cem anos depois, 01 de abril de 2019, um cortejo de cinco cachoeirenses percorreu a pé, exatamente o mesmo percurso de 1919; saída da Estação da Leopoldina, ligeira parada frente ao Colégio Bernardino Monteiro e chegada ao Cemitério do Coronel Borges. Na ocasião foi depositado, à beira do túmulo, flores em homenagem ao casal.

Participaram do cortejo de 2019: - Vilson Coelho, Maria Elvira Tavares Costa, Isabel BremideHadria Pinheiro e eu, Higner Mansur, que não estou na fotografia por ser o "fotógrafo".

Com essa homenagem que prestamos, recorde-se, também, a esperança do jornal O CACHOEIRANO - façamos ver aos moços que "a virtude é sempre recompensada".

 

 

Lembrança

Sarah Camilo

No pôr do sol você sorriu pra mim, foi o sorriso mais lindo que já vi. Ah! Só de tê-lo na minha lembrança é como se estivesse bem na minha frente. Um dia foi o suficiente para fixar em minha mente e no coração. Um dia que nunca mais esqueci. Como se fosse hoje! Depois fiquei à margem, só a observar sua beleza. Arrumando desculpas para me aproximar, fazendo aquelas perguntas, etc. Aquele cheiro que de vez em quando ainda sinto bem perto de mim. Ah, o cheiro!! O melhor. O jeito que me desconcerta, às vezes arrogante, supremo. Petulância que me conquistou, mas eu não. O beijo? O beijo não. Melhor que o beijo é o abraço que ainda está bem apertado no meu corpo.

(Sarah Camilo é cachoeirense de coração. Formada em Letras, além de professora, dedica-se à produção de livros. Sua estreia literária será com a obra "Título Pra Quê?", da qual a crônica acima faz parte. Ela me foi apresentada pelo Professor Diogo Lube.)

 

 

 

Exposul Rural 2019 - ES

Bem antes de começar a semana da Exposul Rural 2019 - ES, a ser realizada em Cachoeiro de Itapemirim, entre os dias 10 e 14 de abril, próximos, no Parque de Exposição, ela já me ganhou e, sinceramente, espero quem ao final dela essa vitória se consolide firmemente.

Estou em Cachoeiro desde 1966, quando vim cursar a Faculdade de Direito de Cachoeiro, na sua primeira turma. Desde lá, sempre acompanhei as coisas boas que a minha cidade promovia. Torcia e torço por elas, mas uma coisa quase sempre se repetia nos últimos anos de festas, melhor de exposições. Quase todas elas tinham, por trás, uma divulgação maciça de shows comerciais completamente fora do que haveria de ser esperado. Se é exposição rural, haveria ela de ser focada, no caso, na agricultura, na pecuária, no aprimoramento do café, na comercialização da produção agrícola, nos cursos para agricultores, na proteção aos mananciais, etc., além, é claro de coisas culturais - para elevar a qualidade do homem do campo -, como artesanato e cultura regionais, inclusive cantores regionais, ainda que eu não seja amplamente favorável a isso.

Agora, quase no dia da abertura da Exposul Rural 2019, não se escuta falar, ainda bem, nessa "invenção de moda" que só serve para tirar o foco da natureza da festa/exposição, fazendo correr dinheiro público para entidades e pessoas que nada tem a ver quanto ao objetivo primordial da Exposul - as nossas riquezas naturais.

Na contramão do que acontecia antes, agora o que mais se vê na imprensa e nas redes sociais, são chamadas informais e publicitárias para o que se irá realizar entre os dias 10 a 14 de abril: - exatamente aquilo que irá impulsionar o crescimento regional, como palestras técnicas, demonstração de novas maneiras de cultivar a terra, flores, a melhor qualidade dos rios, mostra e degustação de nossos cafés especiais, muito mais conhecidos lá fora, do que aqui, e mais artesanato e cultura. Sinto cheiro de gente que, agora, se sente realizada e com bons olhos focados no futuro e no trabalho local e não no faturamento de dinheiro para gente de fora, coisa que a gente via - uma festa nada rural.

Espero voltar, mais à frente, para fechar esses comentários meus e escrever coisas melhores ainda.


Higner Mansur Advogado, guardião da cultura cachoeirense e, atamente, vereador

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