A irrefreável disposição do vereador Alexandre Bastos (PSB) para disputar a eleição municipal pode fazer dele o principal obstáculo à reeleição do prefeito Victor Coelho (PSB). Transita no mesmo espectro político. Joga com duas possibilidades. Em ambas, se torna candidato a prefeito.

A mais remota é permanecer no PSB - como precisa, até a abertura da janela, em março - e contar que a rejeição inviabilize eleitoralmente o prefeito. O cenário mais provável, no entanto, é que saia do partido, ao qual se dedica há 20 anos, para assumir o protagonismo em outra sigla. Propostas não faltam. Existem ao menos seis interessados, desde partidos da atual base de apoio a Victor àqueles mais distantes.

Bastos tem, também, a simpatia do deputado estadual Theodorico Ferraço (DEM), outra figura importante no cenário, mas que não deve se aventurar em candidatura própria. Entre outros motivos, porque deverá se dedicar à possível campanha da esposa, Norma Ayub, em Marataízes, mais ou menos como fez em 2004, quando o ela disputava em Itapemirim (e venceu).

O vereador renunciou e se libertou da responsabilidade como presidente do diretório municipal do PSB, que o engessava. Está livre para articular. Sua própria dissidência - e de outros - mostra que tem campo a explorar também na base governista. A prefeitura se recupera administrativamente, mas tem desempenho modesto na costura política.

Bastos tem experiência em eleição e é um nome leve, apesar dos seus seis mandatos consecutivos de vereador. Jamais se envolveu em corrupção e tem demonstrado, nos últimos anos, desejo de crescer politicamente.

Parece preparado para entrar na disputa pela Prefeitura. E, disposto a ir além da Câmara Municipal, de olho no futuro, tem pouco a perder. Se elegendo ou não, deverá ganhar projeção política.