Ateneu Cachoeirense - Jornal Fato
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Ateneu Cachoeirense

O Ateneu, a rigor, foi um escritor grego da Roma Antiga, ativo entre o reinado de Marco Aurélio e Caracala


Antes do imponente prédio definitivo, havia outro menor, com uma área imensa, toda coberta por graúdos grãos de uma areia, intensamente, branca. Na placa ia escrito: "Ateneu Cachoeirense". O Ateneu, a rigor, foi um escritor grego da Roma Antiga, ativo entre o reinado de Marco Aurélio e Caracala. Era nativo de Náucratis, no Egito. Entre nós, virou um educandário tradicional, por onde muita gente boa passou, e dele fez parte ativa. O que dizer da figura filosofal e impoluta do perene Reverendo Jader, a orquestrar toda magnifica obra educacional. A sapiência de Dona Isis, cuja capacidade cultural a todos impressiona. Os alunos, todos nativos, perfilavam-se, ordeiramente, sem perder as traquinagens. Em seus dias de festas, movimentavam os arredores. Meus filhos, lá estudaram. Minha esposa, lecionou, durante décadas, junto a tantos outros como Sonia, Cornélio, Regina etc. O Ateneu superou os anos, mas não algumas crises, sobremaneira financeiras. Chafurdava-se em uma administração ortodoxa, e olvidou a modernidade. A sentença foi fatal. Não apenas feneceu o Ateneu, todos nós também um pouco, com sua inevitável partida. Dentro de uma escola fica tanta coisa guardada, além.de sorrisos pontuais e das tabuadas. A escola é o grande universo da sabedoria. Templo capaz de nos resgatar de todo mal. Aprender é uma função cósmica.  O Ateneu, assim, foi um sol que, tal como as mães, não deveriam morrer, jamais. Ao seu redor tantas vidas a gravitar. Hoje, em seu lugar, há um imenso prédio, de alvenaria colorida, e cinzento de almas, a prantear na fachada a memória pretérita, do que foi bom, demais. Todavia, ainda continua a ocupar o mesmo lugar, em cada coração, embora tenha ido, sem levar as crianças e seus mestres. Um hiato triste no meio da cidade, cujo espírito ecoa os lamentos da saudade e dos belos tempos, do Ateneu Cachoeirense.

 

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Para cada dia não vivido

Repriso o tempo e reinvento outro dia que viverei, intensamente.

Que os relógios parem com seus segundos rápidos, e cada momento distante seja um elefante flácido a parar o tempo.

Eu, de meu lado vou vivendo, pedindo ao ponteiro que se esqueça de mim, e assim fazemos pacto, sem que um veja o outro.

Então, de repente, de presente, vou vivendo disso para sempre, com quem amo.


Giuseppe D'Etorres Advogado

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