Arte é Vida - Jornal Fato
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Arte é Vida


A princípio, achei que o cara estava meio doido, mas foi só a princípio, como vou demonstrar. O cara é o Gilson Rosa, que tem um comércio de alimentação muito legal pelas bandas do Bairro Aeroporto.

Numa reunião com umas quatro pessoas gabaritadas, à qual eu, também, estava presente, ele veio com uma ideia maluca. Iria ele, para começar, no ACONCHEGO, da minha amiga, dileta amiga, Marilene de Baptista Depes, que acolhe pessoas de mais de oitenta anos, para, especificamente, ensinar a essas octogenárias e de graus de idade superiores, a pintar quadros de paisagens bucólicas, tais quais pintariam artista de elevado coturno. Eu e as demais que o ouvíamos, quietos, para ver até onde chegaria com aquela "loucura", e é bom que eu já ponha aspas nessa loucura, afinal, não era loucura.

Não vou contar tudo o que ele nos expos, da forma como nos expos, porque ele, não demorou muito, nos mostrou realisticamente a que viera: - Em quadros de mais de 1 metro quadrado cada.

Noutro dia ele apareceu no mesmo local que o acolheu (ABA Comideria). Comendo por conta da casa, nós e ele, pudemos observar a maravilha que eram os quadros pintados por aqueles quase nonagenários, sob acompanhamento do Gilson Rosa. Nunca vira coisa do tipo. E vocês podem ver o final da história nos quadros que estão nesta página.

Depois surgiu o grupo ROCHATIVA que também se apaixonou pelo trabalho do Gilson Rosa e já se comprometeu com ele, no sentido de estender sua experiência para os jovens necessitados de nossa cidade.

Os quadros do ACONCHEGO vão a leilão, no jantar do ROCHATIVA, em busca de sustentação e multiplicação de tão importante e sério projeto. Caminho idêntico seguirão os que vierem a ser produzidos pela meninada do ROCHATIVA, o que num futuro bem próximo irá se concretizar. Não vou falar mais nada, senão não sobrará espaço para as fotos pelas quais o meu leitor já deve estar encantado, agora.

Prepare-se para o que virá, nobre cidadão, estimada cidadã da doce terra que escolhi para viver - Cachoeiro, claro.

 

A Impressora do Correio do Sul

Poucos sabem existir, semienterrada em São Vicente, distrito de Cachoeiro, há mais de 20 anos, a impressora tipográfica (com mais de 120 anos de idade) que imprimiu os jornais "O Cachoeirano" e, depois, o "Correio do Sul". Em "O Cachoeirano" brilhou Bernardo Horta de Araujo. No "Correio do Sul", brilharam Newton e Rubem Braga, que publicaram nele seus primeiros escritos.

Não sei quantas cidades podem anunciar tão belas histórias. E também não sei quantas cidades podem tratar tão mal a sua história. A impressora foi retirada da antiga sede do jornal Correio do Sul, à Rua Joaquim Vieira, pelo abnegado e "ex-idealista" das causas culturais, Paulo Henrique Thiengo, com a ajuda de um único amigo, a duras penas, trabalho hercúleo, totalmente na mão, sem ajuda de máquina ou de qualquer outra pessoa. ("ex-idealista" é com se refere a si mesmo o Thiengo - coloco assim em respeito a ele, mas não concordo - ele continua idealista).

Breve voltarei ao assunto, com maiores informações. Enquanto isso, espero que alguém que se preocupe com a História de Cachoeiro se anime a sentar com Paulo Thiengo e comigo, para ver se conseguimos montar a impressora em local digno, em nossa cidade. Se não Thiengo vai procurar outra cidade, outro estado, outro país, outro mundo, outra galáxia, onde algum cidadão relativamente abonado que se preocupe com nossa História e com a História de Newton e de Rubem Braga, finalmente desperte desse sono insano e kafkiano.

 

Vazamento de gás

Nosso chefe aqui do jornal, Wagner Santos, em sua página do dia 15 deste mês, fez alerta sério: - "Não chegou a haver pânico, mas foi uma situação bastante tensa o vazamento de gás provocado pela ruptura de tubulação na rua atrás do Shopping Sul, mas os clientes ficaram impedidos, por prudência, de retirar os veículos do estacionamento, enquanto o gás não se dissipasse. O acidente aconteceu quando uma escavadeira, que abria valeta para instalação elétrica de uma loja, atingiu a tubulação que passa por ali".

A cidade não deve se esquecer, digo eu - e a prefeitura parece que se esqueceu - que toda ela é cortada por gasoduto de 60.000 metros de extensão com capacidade de distribuição de 600.000 m3/dia, a se crer no divulgado em janeiro de 2008. Pedi, em fevereiro de 2019, informações à

Prefeitura, no auge da tragédia de Brumadinho - MG, e eles estão quietos até hoje - creio que não sabem ou não se lembram.


Higner Mansur Advogado, guardião da cultura cachoeirense e, atamente, vereador

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