A pseudorenovação da câmara de vereadores de Cachoeiro - Jornal Fato
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A pseudorenovação da câmara de vereadores de Cachoeiro

Renovar significa fazer ficar ou ficar outra vez como novo


Foto: Divulgação

Por Clodoaldo Leonardel

 

Renovar significa fazer ficar ou ficar outra vez como novo, mas onde foi parar essa renovação em Cachoeiro? Caminhamos para o último ano de mandato dos vereadores e ainda não temos respostas.

Renovação na política foi uma das qualidades mais autoproclamadas pelos que disputavam uma vaga na Câmara Municipal no último pleito. Ouvida da boca dos candidatos, a renovação chega a parecer positiva, mas os "novatos" sucumbiram ao moroso sistema do Legislativo municipal.

A população cachoeirense assiste atônica uma das mais subservientes composições de vereadores eleita que a cidade já viu. É comum ouvi-los dizer que "quando essa ou aquela pessoa quer doação para festa na escola ou comunidade nos procuram para pedir doações, quando querem que levem para o hospital é na nossa porta que batem pedindo carona, quando querem cesta básica é a gente que procuram para doar", é isso mesmo que faz o Vereador?

Acreditem, essa foi uma das afirmativas que diversos representantes do povo usaram para justificar o aumento de salário, justificaram que precisam de aumento pelo fato de ter que tirar do bolso para ajudar os pedintes. Basta frequentar as sessões para ver que até hoje falam isso. Uma lástima. Não é culpa da atual composição, esse sistema foi montado há tempos e assim funciona em qualquer lugar, apesar de não ser o correto.

A penúltima presidência da casa foi marcada por um "servo bom e fiel", tudo, ou quase tudo, que o executivo mandava para votação era respondido com um alto e sonoro SIM SENHOR. Presidência pouco expressiva e bem apática. Faltaram ações que poderiam mudar a vida das pessoas, mesmo o Presidente sendo um político muito experiente quase nada foi feito.

Nossos nobres representantes fazem muito pouco, muito menos que a capacidade que tem para fazer.

É preciso ter um Legislativo municipal com pessoas empenhadas na mudança de vida dos munícipes.

Projetos precisam ser pautados para mudar o destino da cidade, é preciso ter uma oposição inteligente dentro da casa, gritar nos microfones não resolve se a atual presidência não pauta projeto relevante para a cidade, salvo raríssimas exceções, e nestes momentos percebemos a pseudorenovação quando os "novatos" que ali estão agem como se fossem empregados da presidência da casa, oposição e enfrentamento a temas importantes ficam apenas nas rodas de conversas que participam pela cidade. A prática é totalmente diferente.   

Apresentar projeto de lei como afirmativa de que está trabalhando pelo povo não convence, precisaríamos de no mínimo 3 anos para que se discutissem e votassem os projetos apresentados nos últimos 2 anos, uma falácia dizer que quem apresenta projeto de lei trabalha pelo povo, vote os que na casa estão e os resultados serão mais satisfatórios. Projetos ultra importantes estão engavetados.

A eficácia do vereador não está em ser bondoso com ninguém, não está em aparecer em quase todos os eventos ou publicar nas redes sociais coisas insignificantes como foto ao lado deste ou daquele político, não está em doar dinheiro do próprio bolso e usar isso como justificativa para aumentar salário, use coisa mais inteligente.

A aplicabilidade do Vereador passa pela sua perspicácia em conseguir avançar em pautas sensíveis para a população.

Aos que pretendem disputar um cargo no Legislativo é preciso muito mais que vociferar uma pseudorenovação, os que assim fizeram amargam a vergonha de não saber nem se quem votou nele vai votar novamente.

É preciso constituir influência, entender o processo e adquirir capacidade de negociar e principalmente ser oposição ao executivo e aos próprios pares. Vereador não tem que "prestar continência" ao prefeito nem ser amiguinho de outro Vereador. O que importa é a cidade, as pessoas, não o coleguismo/corporativismo. É preciso discutir o município.  

 

 

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