A nova gestão e o desenvolvimento sulino - Jornal Fato
Artigos

A nova gestão e o desenvolvimento sulino

O governador eleito Renato Casagrande (PSB) terá em sua próxima gestão a missão de reduzir as desigualdades no desenvolvimento regional


Pela minha absoluta desesperança, meu coração bate ainda mais forte. Quando não se tem mais nada a perder, só se tem a ganhar.

Caio Fernando Abreu

 

O governador eleito Renato Casagrande (PSB) terá em sua próxima gestão a missão de reduzir as desigualdades no desenvolvimento regional, e, direto ao que nos interessa, devolver o dinamismo econômico ao Sul do Estado. É missão que dependerá, no primeiro momento, mais de capital político do que financeiro.

Não é de hoje que o esvaziamento econômico sulino é discutido. Por outro lado, jamais houve tantas perspectivas para que isso finalmente aconteça. Entre as boas possibilidades estão a duplicação da BR 101 Sul, a ampliação do Aeroporto de Cachoeiro de Itapemirim, a implantação da Ferrovia Litorânea Sul, de Vitória a Presidente Kennedy, município onde também há anos se tenta viabilizar o Porto Central, já licenciado, mas, ainda, à espera de estrutura e investidores.

Em nenhum dos casos, os recursos são majoritariamente estaduais. Por isso, em todos eles, será preciso exercer força política para garantir os investimentos.

Chega a ser desrespeitoso o que faz a Eco 101, ao rasgar o contrato de concessão e não cumprir suas condicionantes.  A esta altura, o trecho sulino já deveria estar duplicado, o que abriria importante eixo rodoviário - e de negócios - com o Norte Fluminense, para onde Cachoeiro e região deveriam se voltar. Entretanto, não há um só metro de construção além das praças de pedágio.

O aeroporto de Linhares já decolou, mas o de Cachoeiro, inscrito no mesmo programa, continua aterrissado. É importante para a interligação entre as regiões, para a chegada de turistas e empresários - sobretudo do setor de rochas ornamentais ou executivos do Porto Central - mas tem estrutura bem aquém da necessária.

A Ferrovia Litorânea Sul depende, exclusivamente, de boa articulação para reverter o castigo que o presidente Michel Temer quer impor ao Espírito Santo ao retirar a obrigação da Vale investir no Estado de onde extrai riquezas e deixa enorme passivo ambiental, para levar para outra empreitada, na região Centro-Oeste.

O assunto já está judicializado, as partes buscam acordo. Porém, não se deve aceitar nem um centímetro a menos de ferrovia, como já se ventilou, de construir apenas até Anchieta, deixando à mingua a porção mais ao sul.

E por fim, o mais antigo e emperrado de todos, o Porto Central, que se beneficiaria de toda a estrutura descrita acima. Por outro lado, garantia geração de empregos e renda como há muito não se tem notícia na região.

Por conta dele, alguns investimentos já foram feitos, como a instalação de hotel em Cachoeiro, e outros mais virão, na sua área contígua e pelos municípios circunvizinhos.

A energia necessária para receber esse boom de desenvolvimento está garantida com a instalação da subestação de energia da EDP em Rio Novo do Sul, este sim projeto já em andamento.

Mesmo ante o desafiador cenário político-eleitoral nacional, o tempo não para. A iniciativa privada tem feito sua parte em macro investimentos. Estão na região, talvez, as duas maiores construções particulares em andamento no Espírito Santo, a planta industrial da Selita e o novo Hospital Unimed, ambos na região de Safra, para onde o porto atrai os empreendimentos. Bem como aos poucos se ergue a sede de universidade particular no bairro União. Alguns com incentivo fundamental do Fundesul.

Uma grande rede de supermercados, após dez anos de tentativas, parece finalmente ter encontrado o caminho para entrar em Cachoeiro, o que faz outra rede, já estabelecida, iniciar novos investimentos.

São todas, como dito, boas miragens, embora mais palpável, hoje, seja o fechamento de empresas tradicionais e o desemprego avassalador, enquanto o Estado cresce em outra direção.

 

Sobe

BR 262

Em reunião da Bancada Capixaba em Brasília, o deputado federal Evair de Melo (PP) apresentou emenda ao Orçamento da União de 2019 no valor de R$ 100 milhões para viabilizar a continuação da duplicação da BR-262. A estrada é a principal via que liga o litoral à região das montanhas capixabas e é estratégica na questão logística, em função da circulação de mercadorias e produções rurais, além de ser uma das principais rotas turísticas do estado.

 

Desce

Nós x eles

O assunto é recorrente, mas vale a pena falar mais uma vez da insensatez que tem cada vez mais dividido amigos e parentes em função da disputa eleitoral. É preocupante que as coisas tenham chegado a nível tão crítico de incompreensão. Se as famílias, tidas como células mães da sociedade já não se entendem mais, fica difícil imaginar como, quem quer que vença, vai conseguir promover a necessária reconciliação nacional.

 

Vias de FATO

Dia do Servidor Público cai no domingo, mas a Prefeitura de Cachoeiro resolveu antecipar para sexta-feira o feriado. 

O Programa Portas Abertas da BRK Ambiental continua recebendo alunos de diversas instituições de ensino. 

Na próxima quinta-feira, 25, será a vez dos estudantes do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) - Campus Vitória, conhecerem as instalações da concessionária. 

Na ocasião, cerca de 20 alunos do sexto período do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária visitarão as Estações de Tratamento de Água e Esgoto da empresa (ETA e ETE).

 


Wagner Santos Diretor e editor Jornalista

Comentários